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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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essa questão e não a um atributo inerente e imutável, próprio<br />

da deficiência (MAIA, 00 : 04).<br />

A despeito da existência de questões gerais, é importante não descartamos as<br />

especificidades relacio<strong>na</strong>das às deficiências mentais. Cito, por exemplo, a Síndrome de<br />

Down. Há particularidades que envolvem a saúde <strong>sexual</strong> e reprodutiva nesta síndrome.<br />

Comparados à população em geral, sabemos que os meninos que apresentam esta síndrome<br />

são, em tese, inférteis, porque não há ou há baixa produção de espermatozóides,<br />

o tamanho dos testículos é reduzido e a sua estatura é menor; há pouca presença das<br />

características sexuais secundárias e aumento de massa corporal. As meni<strong>na</strong>s são, por<br />

outro lado, férteis, manifestam a me<strong>na</strong>rca com uma alteração cronológica que não difere<br />

da média de variação típica e apresentam menor estatura e aumento de massa corporal<br />

(ASSUMPÇÃO JÚNIOR e SPROVIERI, 987; EDWARDS, 99 ; EVANS<br />

e McKINLAY, 988; GHERPELLI, 99 ; ZETLIN e TURNER, 98 ).<br />

De qualquer forma, essas variações físicas que envolvem o crescimento e o<br />

amadurecimento estão relacio<strong>na</strong>das à puberdade que, como sabemos, é fato universal<br />

e, guardadas as variações individuais, ocorre igualmente entre meninos e meni<strong>na</strong>s<br />

com Síndrome de Down e não-sindrômicos. De forma diferente, a adolescência,<br />

compreendida como um fenômeno social e cultural, implica um aprendizado de<br />

papéis sociais que, em geral, é pouco estimulado pela sociedade quando se trata de<br />

pessoas identificadas como deficientes, o que reforça o estigma de incapaz e a faceta<br />

de infantilidade dessas pessoas.<br />

As vivências nesta fase têm implicações diretas no desenvolvimento emocio<strong>na</strong>l<br />

da pessoa com deficiência. Há um ideal domi<strong>na</strong>nte em nossa sociedade que<br />

acaba por ser imposto a uma grande parcela da população adolescente e jovem, que<br />

aspira ao estabelecimento de vínculos afetivos e sexuais satisfatórios e ao sucesso<br />

profissio<strong>na</strong>l; entretanto, já que as mesmas condições sociais que produzem esse ideal<br />

não propiciam sua concretização, e que para as pessoas consideradas deficientes os<br />

obstáculos sejam ainda maiores, essas aspirações e expectativas podem tor<strong>na</strong>r-se<br />

desejos utópicos para essas pessoas.<br />

Considerando este cenário, autores como Assumpção Júnior e Strovieri<br />

( 99 ); Blackburn ( 00 ), Glat ( 99 ), Glat e Freitas ( 99 ), Guerpelli ( 99 ) e<br />

Zetlin e Turner ( 98 ) lembram que a <strong>educação</strong> das pessoas com deficiência é caracterizada<br />

por se realizar em espaços segregados, com pouco ou nenhum convívio<br />

social, o que pode aumentar os sentimentos de baixa auto-estima, i<strong>na</strong>dequação pessoal<br />

e frustração aliados a uma imaturidade emocio<strong>na</strong>l.

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