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VIII. Comunidades portuguesas dos Estados Unidos

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<strong>VIII</strong> COMUNIDADES PORTUGUESAS NOS ESTADOS UNIDOS...<br />

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men te por completo no imenso caldeirão americano, não restando deles<br />

sequer o apelido. Durante esse século e meio, a generalizada atitude ameri -<br />

cana era a de assimilar depressa e romper radicalmente as filiações étnicas e<br />

patrióticas com o old country. Só um apuradíssimo e paciente trabalho de<br />

pesquisa permitiria levantar o mapa demográfico <strong>dos</strong> seus descendentes.<br />

Nalguns casos, os nomes são um bom indício: Rogers pode ter sido Rosa ou<br />

Ro drigues; Oak fora naturalmente Carvalho; Perry, Pereira; Smith pode<br />

muito bem ter sido Ferreira e por aí abaixo, numa lista tão curiosa e rica,<br />

como pitoresca. Até há pouco tempo, a minha história favorita neste capítulo<br />

de americanização de nomes era a de um tal Joe King, de Provincetown,<br />

no extremo do Cape Cod, que eu imaginei provir de José Reis, mas que,<br />

para minha surpresa, aprendi ter origem em «Joa-quim». Recentemente, enriqueci<br />

a minha colecção com uma história ainda mais saborosa, que será narrada<br />

mais adiante.<br />

Destas sucessivas gerações quase não há rasto; ainda que apareçam descendentes,<br />

hoje, à procura das suas raízes genealógicas, os números não me parecem<br />

significativos quando toma<strong>dos</strong> no seu conjunto e calculadas as respectivas<br />

percentagens. Os indícios em que me baseio para esta generalização são<br />

muitos e varia<strong>dos</strong>, e não será necessário ocupar-me deles aqui.<br />

Quem lê alguns livros que registaram a vitalidade das comunidades <strong>portuguesas</strong><br />

na década de vinte, por exemplo, não poderá deixar de se perguntar<br />

para onde terá ido toda essa massa de gente. Mas nisso também não seguimos<br />

rumos diferentes <strong>dos</strong> polacos, alemães, noruegueses e tantos outros.<br />

Quem se lembra, por exemplo, que, até à data, o grupo étnico que mais<br />

gente forneceu aos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> foi o alemão?<br />

O período de 1965 a finais da década de 80<br />

É o período da maior emigração portuguesa de sempre (180 000), que en contra<br />

os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> numa atmosfera de profunda transformação face à<br />

pre sença de múltiplos grupos étnicos 23 . Ainda que a prática divergisse da<br />

utó pica teoria, propôs-se a substituição da mentalidade assimilacionista do<br />

melting pot pela concepção pluralista da salada, em que os componentes da<br />

mes ma, supostamente, manteriam as suas características. As comunidades<br />

por tuguesas passaram por uma época de exuberante vitalidade, com o flores -

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