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VIII. Comunidades portuguesas dos Estados Unidos

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Onésimo Teotónio de Almeida<br />

ferências») que davam prioridade à família imediata – chamadas de esposo<br />

para esposa e vice-versa; de pais para filhos e vice-versa; de irmãos – e iam até<br />

a uma sétima, que considerava os refugia<strong>dos</strong> políticos e, finalmente, uma<br />

oitava que permitia a entrada no país de pessoas que vinham desempenhar<br />

uma função para a qual não fora possível encontrar nenhum americano mais<br />

qualificado 21 . A cada país foi atribuída uma quota máxima e, mensalmente,<br />

os serviços de emigração americanos, seguindo ordens superiores, informavam<br />

os consula<strong>dos</strong> do mundo inteiro sobre o número de vistos a emi tir. A<br />

Por tu gal coube a concessão máxima possível de 20 000 vistos por ano, mas<br />

nunca, nem de perto, esse número foi atingido. Apenas a seguir ao 25 de<br />

Abril, entre 1976 e 1980, alguns anos conseguiram ultrapassar os 10 000.<br />

Entretanto, um conjunto de circunstâncias foi tornando menos aliciante a<br />

vinda de portugueses para os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, a saber: a entrada de Portugal<br />

para a União Europeia, com a consequente melhoria considerável do nível<br />

de vida no País, aliada a alterações profundas na economia americana que<br />

in cluíram o desaparecimento quase total das empresas fabris empregadoras,<br />

mão-de-obra não qualificada (blue-collar), que a princípio se mudou para o<br />

Sul <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, mas depois foi em grande parte transferida para o<br />

Orien te, e ainda o simultâneo explodir da terceira revolução industrial – in -<br />

dústrias informáticas e de biotecnologia, por exemplo, que exigiam um «pro -<br />

letariado» altamente qualificado. O número de vistos anuais desceu para mil<br />

e, nos últimos anos, para bastante menos. Curiosamente, uma grande procura<br />

de vistos americanos por parte <strong>dos</strong> portugueses procede agora de camadas<br />

altamente instruídas da população, sobretudo universitários que fizeram<br />

estu<strong>dos</strong> de pós-graduação em universidades <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, e mesmo<br />

alguns que completaram estu<strong>dos</strong> em Portugal mas conseguiram emprego em<br />

empresas americanas 22 .<br />

Sobre o que tem acontecido a estes portugueses em termos de integração,<br />

po deremos distinguir quatro perío<strong>dos</strong> na história das comunidades <strong>portuguesas</strong><br />

nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>.<br />

O período anterior a 1965<br />

Os emigrantes portugueses até essa altura (e chegaram a entrar cerca de<br />

150 000, nas primeiras três décadas do século XX) dissolveram-se pratica-

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