VIII. Comunidades portuguesas dos Estados Unidos
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Onésimo Teotónio de Almeida<br />
mais longo que este tenha sido. É por isso que se pode, de certo modo, dizer<br />
que a mente do emigrante adulto não emigra. Passa apenas a viver fisicamente<br />
noutro lugar.<br />
Assimilação, aculturação<br />
Abra-se o jornal de um domingo qualquer da Nova Inglaterra, como fiz, por<br />
exemplo, a 10 de Novembro de 1991, com The Providence Journal. Tem o as -<br />
pecto do costume. A única diferença está no facto de eu ter decidido passar<br />
a pente fino essa volumosa edição de sete cadernos, em busca de sinais da<br />
presença portuguesa. O Providence Journal não é propriamente o Herald<br />
News, de Fall River, uma cidade maioritariamente portuguesa. Ou, para<br />
sermos específicos, micaelense. Não se espere, por isso, uma avalanche de<br />
nomes portugueses. Providence possui apenas uma minoria lusa. Uns cinco<br />
mil, talvez. Numa cidade de 170 000, Rhode Island, sendo o estado mais<br />
pequeno da União – 200 vezes menor que o Texas –, possui a mais elevada<br />
per centagem de portugueses, uns 12%, mas quase to<strong>dos</strong> na periferia de<br />
Providence.<br />
Nesse dia, pelo menos, não encontrei nomes portugueses nas notícias da primeira<br />
página. Como, nos tempos que correm, essas são geralmente más notícias,<br />
é um alívio não reencontrar os nomes que nos últimos tempos têm surgido<br />
em parangonas. Na primeira página dessa manhã, o português é apenas<br />
o repórter: Bob Mello, com uma reportagem sobre um grande caso de assassínio<br />
em Rhode Island.<br />
Na secção de «Business», o artigo principal é sobre a recessão. No texto, vem<br />
citado um tal John J. Sousa, presidente da Commonwealth Mortgage of<br />
Wellesley, Massachusetts, que faz o ponto da situação na sua área e da sua<br />
firma de empréstimos. Ainda no mesmo texto, um outro entrevistado é<br />
John Silva, presidente da Gallery of Homes em Middletown, Rhode Island,<br />
uma empresa de construção de casas a preço médio. Tal como Bob Mello,<br />
os dois últimos são luso-americanos integra<strong>dos</strong> no mainstream americano.<br />
Na secção de Desporto, pouco. Muito pouco mesmo. O futebol da LASA<br />
(Luso-American Soccer Association) não é notícia no Providence Journal e os<br />
por tugueses, sobretudo os menos jovens, ainda são, em geral, mais aficiona-