Suênio - pos-graduacao - Uepb
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entre os séculos XVIII e XX, período no qual houve uma intensa preocupação e uma<br />
extensa produção bibliográfica acerca deste assunto.<br />
Baseando-se em definições e em modelos de utopias já existentes, Levitas<br />
destaca três aspectos relacionados ao conceito da utopia: conteúdo, forma e função.<br />
Em termos de conteúdo, a utopia é definida através de um elemento normativo que<br />
especifica como seria uma sociedade ideal. No aspecto da forma, alguns estudiosos<br />
tomam como principal exemplo Utopia, que no sentido usado por More, assume a<br />
forma de gênero literário amplamente descritivo. Em termos de função, a utopia é<br />
definida analiticamente funcionando como crítica social bastante influenciada pelo<br />
movimento socialista.<br />
É mais comum para os teóricos definir a utopia em termos de forma e<br />
conteúdo. Ela assume a forma de um gênero literário com características<br />
semelhantes à narrativa de viagem. Nessa forma distinta de texto, o conteúdo<br />
consiste na descrição de uma sociedade perfeita.<br />
seguinte:<br />
Sobre a obra patronímica do humanista inglês, Kumar (1991, p. 21) sugere o<br />
Utopia distinguishes itself from other forms of the ideal society, and from other forms of<br />
social and political theory, by being in the first place a piece of fiction. It is, using the term<br />
in its broadest sense, a species of science fiction.<br />
Dentre os sucessores de More, podemos citar Tommaso Campanella e<br />
Francis Bacon, autores respectivamente, de Cidade do Sol (1602) e A Nova<br />
Atlântida (1627), ambas as obras consideradas como tentativas de retratar uma<br />
sociedade ideal. O desejo de reforma da vida política e social também era <strong>pos</strong>sível<br />
diante do desenvolvimento tecnológico como era abordado na obra de Bacon.<br />
A idéia criada por More é motivada pelas grandes navegações do século XVI,<br />
as quais foram determinantes para o desenvolvimento e expansão do comércio<br />
mundial. Na volta dessas viagens em busca de novas terras, os desbravadores<br />
europeus daquela época relatavam histórias de terras distantes totalmente<br />
diferentes da sociedade do Velho Mundo. A partir desse momento, a idéia de<br />
natureza pura, a imagem do bom selvagem e uma série de outros elementos<br />
associados ao paraíso na Terra começam a fazer parte do imaginário coletivo.<br />
Nesse sentido, as narrativas de viagem contribuíram muito para o conteúdo das<br />
utopias. Através dessas narrativas de viagem, o relato de povos fabulosos e terras<br />
exóticas tornou-se muito difundido no Ocidente. As descrições de viajantes-