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Suênio - pos-graduacao - Uepb

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mais velha de Catarina, também ficou responsável pela mãe “louca” e por Sibila até<br />

a morte de ambas.<br />

Beata tentava impor limites às sobrinhas adolescentes, o que era motivo de<br />

conflitos entre elas. Logo Vânia se casa e Anelise fica apenas com a companhia das<br />

tias. Com Bila ela não contava, tinha repulsa e medo dela. Durante muito tempo,<br />

Anelise sofria com a <strong>pos</strong>sibilidade de não crescer e ficar igual à tia anã. Restava<br />

apenas Beatriz, uma companhia nada amigável. A solidão de Anelise “e a de tia Bea<br />

somavam-se num vazio intolerável” (p. 57). Novamente, o ambiente em que a<br />

protagonista se encontra favorece a sua solidão. O casarão da família Sassen<br />

também causava medo em Anelise, influenciada pelas histórias contadas sobre a<br />

avó que vivia no sótão.<br />

Felizmente, Otávio, filho adotivo de Dora, foi passar uma temporada com elas<br />

no casarão. Otávio era muito especial e Anelise “não entendia bem por que, achava<br />

tudo nele diferente, amava tudo, os olhos, a pele, o cheiro, a boca, o cabelo, as<br />

mãos de pianista” (p. 59). Ele foi o primeiro amor da vida dela, mas são separados<br />

quando ele viaja ao exterior para aperfeiçoar os estudos com o piano. A perda está<br />

sempre presente nos relacionamentos de Anelise. Adélia e Otávio são pessoas<br />

especiais, porém passageiras pela vida da protagonista. Eles apenas amenizaram<br />

um pouco a sua solidão. Como um elemento distópico, a solidão acompanha Anelise<br />

em grande parte de sua vida, ora de maneira forçada diante das circunstâncias, ora<br />

voluntária como é o caso na sua fase da maturidade.<br />

Anelise, com seus dezoito anos de idade e todo o desejo de liberdade da<br />

juventude, sente a situação insuportável da convivência com Beatriz . A tia quer<br />

sempre controlar a sobrinha, mas não consegue, aumentando ainda mais a distância<br />

entre elas. Com a morte de Bila, elas vendem o casarão “mal-assombrado” da<br />

família. Beatriz se muda para o convento onde permanece até a sua morte e Anelise<br />

vai morar com tia Dora, de quem gosta muito: “Os anos com tia Dora, as muitas<br />

amizades, as independências, agora Tiago, faziam a minha vida perfeita” (p. 70).<br />

Anelise e Tiago casam-se e a felicidade entre eles dura até o sonho da<br />

maternidade ser interrompido pelos sucessivos abortos. Anelise afasta o marido<br />

cada vez mais, isolando-se no seu mundo particular de sofrimento. Mesmo sendo<br />

bastante compreensivo, Tiago não consegue salvar o casamento. A frustração por<br />

não ser mãe é um dos aspectos distópicos que provoca em Anelise um grande<br />

pessimismo diante da vida.

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