Suênio - pos-graduacao - Uepb
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Science has played a major role in the history of utopian thinking and<br />
in the modern turn from utopia to dystopia. Thomas More, in the work<br />
that gave the genre of utopian fiction its name, includes “natural<br />
science” among the pursuits that bring moral and cultural<br />
improvement to the citizens of his ideal society. And while More’s<br />
notion of “science” may differ from our modern one, science has been<br />
linked to utopian thinking since the very beginnings of modern<br />
science in the seventeenth century.<br />
Como é <strong>pos</strong>sível observar com base na citação, a ciência sempre esteve<br />
associada à utopia e, conseqüentemente, ao pensamento distópico. A ciência no<br />
mundo moderno ajudou a desenvolver o gênero das distopias. Tal gênero foi<br />
claramente influenciado pelo contexto histórico vigente. Mesmo com os benefícios<br />
trazidos pela evolução tecnológica, o homem também expressava medo diante dos<br />
<strong>pos</strong>síveis males encontrados nesse novo mundo. A negatividade, característica<br />
marcante das distopias em geral, funciona como uma forma de se expressar uma<br />
visão das assimetrias e desigualdades encontradas no mundo contemporâneo.<br />
Durante o século XX, ocorreram várias transformações e avanços no mundo,<br />
principalmente no campo das ciências e tecnologias. Entretanto, o mundo não<br />
apenas vivenciou mudanças no aspecto <strong>pos</strong>itivo. Na primeira metade do século<br />
passado, por exemplo, duas grandes guerras mundiais, desemprego em massa,<br />
Fascismo, Stalinismo, Holocausto, Hiroshima e a ameaça de uma guerra nuclear,<br />
deixaram marcas irreparáveis na história da humanidade.<br />
A partir deste cenário de atrocidades e duro realismo, observamos a<br />
substituição da imaginação utópica, aspecto inerente da natureza humana, por uma<br />
forma de pensamento mais crítica e pessimista da realidade. Essa transição da<br />
ficção utópica para a distópica é uma conseqüência da mudança no nível da<br />
percepção dos indivíduos, ou seja, a forma de apreender as dificuldades nos<br />
sistemas sociais e políticos se modificou. O desencanto e o pessimismo se<br />
cristalizam, agora, na ficção literária de cunho mais realista e psicológico. Sendo<br />
assim, o que era utopia-sonho recebeu uma nova roupagem negativa, sendo<br />
denominada agora como distopia.<br />
Um outro fator que solapou a crença na utopia dentro da contemporaneidade<br />
diz respeito às migrações, principalmente as de âmbito internacional. Desde o seu<br />
descobrimento, o continente americano sempre representou o lugar onde se poderia<br />
concretizar a utopia, ou seja, o “não-lugar”. Entretanto, na opinião de Kumar (1991),<br />
isso não é mais <strong>pos</strong>sível. Os Estados Unidos que serviram de refúgio para as