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Fernando Miguel Marques Jalôto Música de Câmara da 1ª metade ...

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A estrutura multiseccional <strong>de</strong>ste primeiro an<strong>da</strong>mento, com alternância entre secções<br />

lentas e rápi<strong>da</strong>s, e o recurso à técnica <strong>da</strong> perfídia (originalmente exclusiva <strong>de</strong> obras para<br />

mais do que um instrumento e só <strong>de</strong>pois raramente a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> à escrita solística) são<br />

características facilmente associáveis a Lonati, com base nas 12 sonatas <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s a<br />

Leopoldo I. Todos os an<strong>da</strong>mentos iniciais nesta colecção são multiseccionais, alternando<br />

tempos lentos e rápidos, em sequências mais ou menos semelhantes à apresenta<strong>da</strong> pela<br />

sonata <strong>de</strong> Coimbra, ain<strong>da</strong> que nem todos incluam secções em perfidia. A primeira sonata<br />

<strong>de</strong> 1701 (também ela em ré maior, como já foi referido) é a que apresenta no seu<br />

primeiro an<strong>da</strong>mento maior similitu<strong>de</strong> dos motivos e respectivo enca<strong>de</strong>amento com a<br />

sonata do MM63. O an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> sonata <strong>de</strong> Viena é muito mais curto (só 28 compassos)<br />

e é todo ele construído sobre a nota pe<strong>da</strong>l ré, não apresentando as secções <strong>de</strong> carácter<br />

cantabile nem a repetição na dominante <strong>da</strong> sequência <strong>de</strong> secções. O primeiro an<strong>da</strong>mento<br />

<strong>da</strong> sonata 4 é aquele que apresenta uma construção mais próxima <strong>da</strong> sonata <strong>de</strong> Coimbra<br />

ao nível <strong>da</strong> estrutura geral do an<strong>da</strong>mento. O maior <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> última secção (f)<br />

encontra também paralelo em algumas <strong>da</strong>s obras <strong>da</strong> colecção, e mesmo nas sonatas em<br />

que o primeiro an<strong>da</strong>mento é apenas tripartido (lento - rápido - lento) a última secção é<br />

frequentemente amplia<strong>da</strong> (sonata 5 por exemplo). Apesar <strong>da</strong>s várias semelhanças, o<br />

primeiro an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> sonata <strong>de</strong> Coimbra é mais estruturado e consequentemente mais<br />

previsível do que os an<strong>da</strong>mentos correspon<strong>de</strong>ntes nas obras <strong>de</strong> 1701, que ostentam um<br />

carácter quase improvisado. O segundo an<strong>da</strong>mento (Vivace, C) é em estilo imitativo,<br />

alternando breves exposições temáticas com secções mais longas <strong>de</strong> material atemático<br />

em figurações tipicamente violinísticas. O baixo é pouco participativo na textura imitativa,<br />

mas o carácter contrapontístico do an<strong>da</strong>mento é sublinhado pelo recurso à escrita<br />

polifónica na parte do violino. Este an<strong>da</strong>mento, com 34 compassos, é mais curto que<br />

vários dos an<strong>da</strong>mentos do mesmo género <strong>da</strong> colecção <strong>de</strong> 1701, sendo as exigências<br />

técnicas na execução <strong>da</strong> polifonia pelo violino muito mais mo<strong>de</strong>stas. Exceptuando estes<br />

dois pontos, o an<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> Coimbra em tudo o resto se assemelha aos seus<br />

congéneres, nomea<strong>da</strong>mente no perfil rítmico e melódico dos motivos. O terceiro<br />

an<strong>da</strong>mento (A<strong>da</strong>gio, C) inicia-se com uma curta frase <strong>de</strong> três compassos, repeti<strong>da</strong><br />

textualmente e <strong>de</strong> imediato na dominante. Este é um processo típico dos compositores<br />

italianos do século XVIII e seus seguidores vulgarizado por Corelli também usado<br />

frequentemente por Lonati nas suas 12 sonatas. O terceiro an<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> Coimbra<br />

progri<strong>de</strong> numa sequência <strong>de</strong> quatro compassos, em que violino e baixo trocam curtos<br />

motivos em imitação cerra<strong>da</strong>, e a que se segue um breve remate <strong>de</strong> carácter mais lírico.<br />

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