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Fernando Miguel Marques Jalôto Música de Câmara da 1ª metade ...

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manuscrito que lhe serviu <strong>de</strong> original, pois estes pequenos <strong>de</strong>slizes ocorrem<br />

inconscientemente e não são resultantes do processo <strong>de</strong> reprodução.<br />

8. Variantes: a sonata op.1 nº.1.<br />

Sendo a maior parte <strong>da</strong>s divergências entre o manuscrito Coimbra e as edições <strong>de</strong> Paris e<br />

Londres equívocos do copista (notas erra<strong>da</strong>s ou omissas, títulos errados) ou alterações<br />

gráficas (claves, cifras, dinâmicas, títulos) encontramos no entanto algumas variantes ao<br />

nível do conteúdo musical que consi<strong>de</strong>ramos serem dignas <strong>de</strong> nota. Estranhamente estas<br />

diferenças ocorrem to<strong>da</strong>s na primeira sonata <strong>da</strong> colecção. Quando, ao preparar uma<br />

primeira edição <strong>da</strong>s suas obras, se ambiciona provocar boa impressão num patrono<br />

<strong>de</strong>veras importante, e simultaneamente cativar um público que, ávido <strong>de</strong> novas<br />

composições, está no entanto já familiarizado com o género através <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> superior<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, será sensato prestar-se particular atenção à primeira obra que encabeça a<br />

colecção. Essa obra será a montra, o rosto <strong>de</strong> tudo o que se segue, e uma má recepção<br />

<strong>de</strong>sta obra po<strong>de</strong> comprometer to<strong>da</strong> a publicação, e por arrastamento, penalizar o início <strong>de</strong><br />

uma promissora carreira. Po<strong>de</strong>mos citar como exemplo a primeira sonata <strong>da</strong> Opera Quinta<br />

<strong>de</strong> Corelli, que não só é o exemplar mais elaborado <strong>da</strong> colecção como consequentemente<br />

foi o que conquistou maior sucesso junto do público (como veremos no próximo<br />

capótulo). Seria pois justificável que Mascitti limasse com particular cui<strong>da</strong>do a sua<br />

primeira sonata <strong>da</strong> sua primeira Opera. No entanto, sendo um compositor competente, e<br />

estando a obra já escrita há algum tempo, apenas haveria espaço para pequenos acertos.<br />

Assim, sigamos os passos hipoteticamente tomados por Mascitti:<br />

62<br />

Em primeiro lugar, podia mu<strong>da</strong>r a indicação do primeiro an<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> "Largo"<br />

para "A<strong>da</strong>gio", por correspon<strong>de</strong>r não só a um tempo eventualmente um pouco mais<br />

rápido, mas sobretudo a uma interpretação mais livre. Depois, no segundo an<strong>da</strong>mento<br />

(compasso 11) clarificaria a interpretação <strong>da</strong> série <strong>de</strong> acor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> três notas com a<br />

indicação "Arpeggio" (aliás, "Arpegio" [sic] em Paris) – tal indicação seria supérflua para<br />

um intérprete italiano familiarizado com o estilo, mas uma cautela previ<strong>de</strong>nte quando se<br />

publica a obra num país estrangeiro e tradicionalmente tão adverso ao estilo italiano. Esta<br />

justificação parece-nos mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, do que a <strong>de</strong> um simples esquecimento <strong>da</strong> parte<br />

do copista do MM62 (on<strong>de</strong> a indicação "Arpeggio" não aparece); <strong>de</strong> facto não só a<br />

primeira sonata é uma <strong>da</strong>s que mais cui<strong>da</strong>dosamente foi anota<strong>da</strong> no manuscrito como a<br />

rari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> inscrição (única nos opus I e II) chamaria <strong>de</strong>certo a atenção, e precaveria<br />

uma omissão <strong>de</strong>scui<strong>da</strong><strong>da</strong>. No quarto an<strong>da</strong>mento, a indicação <strong>de</strong> "Saraban<strong>da</strong>" –

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