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Fernando Miguel Marques Jalôto Música de Câmara da 1ª metade ...

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IV) tem um número muito próximo: 14. 78 É curioso que Mascitti, quando em 1714<br />

necessitou <strong>de</strong> renovar o seu privilégio para publicação <strong>de</strong> obras, o fez por mais 15 anos.<br />

Parece-nos po<strong>de</strong>r concluir que o número 15 era um número recorrente para Mascitti, e o<br />

número <strong>de</strong> sonatas no MM62 não é , em nossa opinião, aleatório.<br />

Como nenhuma <strong>da</strong>s publicações conheci<strong>da</strong>s dos Opus I e II <strong>de</strong> Mascitti apresenta<br />

idênticos número e disposição <strong>da</strong>s sonatas, tornou-se necessário comparar<br />

cui<strong>da</strong>dosamente o MM62 com ca<strong>da</strong> edição disponivel, <strong>de</strong> forma a i<strong>de</strong>ntificar a fonte e<br />

proveniência do manuscrito. Infelizmente só nos foi possível ter acesso a microfilmes <strong>da</strong><br />

edição original <strong>de</strong> Foucaut e <strong>da</strong> edição <strong>de</strong> John Walsh, ficando assim por confrontar a<br />

edição <strong>de</strong> Estiénne Roger, <strong>de</strong> Amesterdão. No entanto, e tendo em atenção a habitual<br />

acui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s edições <strong>de</strong> Rogier para com a edição original (ain<strong>da</strong> que frequentemente se<br />

tratem <strong>de</strong> edições piratea<strong>da</strong>s) esperamos que esta falta não condicione as conclusões <strong>da</strong><br />

nossa confrontação. A comparação entre as diferentes fontes com o manuscrito torna-se<br />

particularmente difícil <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> precisão do copista do MM62, tal como foi referido<br />

aquando <strong>da</strong> <strong>de</strong>scrição física do códice: são inúmeras as notas erra<strong>da</strong>s ou simplesmente<br />

olvi<strong>da</strong><strong>da</strong>s; os erros rítmicos são menos frequentes mas ain<strong>da</strong> assim abun<strong>da</strong>ntes; as cifras,<br />

ausentes quase totalmente nas últimas seis sonatas, faltam também noutros lugares ou<br />

estão mal coloca<strong>da</strong>s; as dinâmicas (Forte e Piano) são raramente esqueci<strong>da</strong>s, mas<br />

<strong>de</strong>ficientemente coloca<strong>da</strong>s, enfermando tal como a restante escrita musical <strong>de</strong> um<br />

coerente alinhamento vertical dos vários elementos gráficos. Como exemplo, o primeiro<br />

an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> sonata 12 (sonata 6, opus. II) apesar <strong>da</strong> ausência <strong>de</strong> cifras parece estar<br />

meticulosamente copiado. Contudo os erros na parte do violino nos compassos 11, 12, 14<br />

e 19 são <strong>de</strong> tal or<strong>de</strong>m que o an<strong>da</strong>mento (<strong>de</strong> apenas 21 compassos) resulta <strong>de</strong>sfigurado e<br />

incompreensível: no compasso 11 o copista esqueceu-se <strong>de</strong> copiar o texto original,<br />

antecipando o compasso seguinte; como não notou o erro, só a meio do compasso 12 é<br />

que "regressou" ao texto original; no compasso 14 a parte é anota<strong>da</strong> uma segun<strong>da</strong> a<br />

cima; finalmente no compasso 19 escreve na pauta do violino a parte do baixo! Nenhum<br />

<strong>de</strong>stes erros sofreu qualquer correcção. Não obstante, algumas <strong>da</strong>s incorrecções que<br />

facilmente po<strong>de</strong>mos atribuir à falta <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>do ou à pressa do copista, parecem revelar<br />

78. Os "Concert Royaux" publicados em 1722 por F. Couperin perfazem, com os "Goûts<br />

Réunis ou Nouveaux Concerts", <strong>de</strong> 1724, um total <strong>de</strong> 14 obras, estando numerados como se <strong>de</strong><br />

uma só obra se tratasse. Contudo parece-nos ser uma circunstância muito diferente <strong>da</strong>s 14 obras<br />

<strong>da</strong> Opera Quarta <strong>de</strong> Mascitti.<br />

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