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Fernando Miguel Marques Jalôto Música de Câmara da 1ª metade ...

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uma <strong>da</strong>s edições impressas (que, recor<strong>da</strong>mos, são excepcionalmente precisas na notação<br />

<strong>da</strong>s ligaduras).<br />

6. Cifras.<br />

A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cifras para a realização do baixo contínuo, quase idêntico em Paris e<br />

Londres, difere gran<strong>de</strong>mente em Coimbra. A partir <strong>da</strong> sonata 9 (op.2 n.º3) as cifras<br />

começam a rarear. Os últimos dois an<strong>da</strong>mentos <strong>de</strong>sta sonata não apresentam uma única<br />

cifra. Na sonata 10 (op.2 n.º4) reaparece alguma cifragem no primeiro an<strong>da</strong>mento, e em<br />

to<strong>da</strong> a sonata 11 (op.2 n.º5) aparece uma única cifra, no sexto compasso do primeiro<br />

an<strong>da</strong>mento. As restantes quatro sonatas <strong>de</strong> Coimbra são quase completamente<br />

<strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> cifras, que apenas ressurgem na sonata 15, no final do primeiro e início<br />

do segundo an<strong>da</strong>mentos. Mesmo nas primeiras sonatas do manuscrito a frequência com<br />

que as cifras foram anota<strong>da</strong>s varia consi<strong>de</strong>ravelmente, e num mesmo an<strong>da</strong>mento po<strong>de</strong>m<br />

alternar compassos em que to<strong>da</strong>s as cifras foram escritas pormenoriza<strong>da</strong>mente, com<br />

outros compassos sem uma única cifra (mas que em Paris e Londres estão totalmente<br />

cifrados). Julgamos perceber que no processo <strong>de</strong> cópia do MM62 era primeiro escrita a<br />

parte <strong>de</strong> violino, <strong>de</strong>pois o baixo, e finalmente as cifras, <strong>da</strong>qui resultando que mais<br />

facilmente o copista se esquecia <strong>de</strong>stas últimas; como a partir <strong>de</strong> um <strong>da</strong>do momento teve<br />

<strong>de</strong> se apressar – talvez por ter <strong>de</strong> <strong>de</strong>volver o original, ou ausentar-se – <strong>de</strong>ixou<br />

simplesmente <strong>de</strong> anotar as cifras (talvez com o intuito <strong>de</strong> o fazer mais tar<strong>de</strong>). Não<br />

<strong>de</strong>vemos no entanto excluir a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> no manuscrito que serviu <strong>de</strong> original (no<br />

caso <strong>da</strong> hipótese B) também as últimas sonatas estarem cifra<strong>da</strong>s mais<br />

parcimoniosamente. A ausência <strong>de</strong> cifras não era por si só um impedimento à<br />

interpretação <strong>da</strong>s obras, visto todos os continuístas estarem obrigados a saber inferir a<br />

harmonia implícita <strong>da</strong> obra por vários processos <strong>de</strong>dutivos a partir do baixo, incluindo a<br />

popular "regra <strong>da</strong> escala". Na Itália do século XVIII era consi<strong>de</strong>rado quase ofensivo<br />

apresentar a um profissional um baixo já cifrado, pelo que a maior parte dos manuscritos<br />

italianos dispensam completamente estas indicações. Quando as obras eram escritas para<br />

locais ou intérpretes fora <strong>de</strong> Itália, os baixos eram mais cui<strong>da</strong>dosamente cifrados, o<br />

mesmo se passando com as obras publica<strong>da</strong>s por autores italianos no Norte <strong>da</strong> Europa<br />

(Londres, Paris, Amesterdão...) ficando nalguns casos a tarefa <strong>da</strong> cifragem do baixo a<br />

cargo dos próprios editores ou dos seus colaboradores. As obras <strong>de</strong> Corelli mais uma vez<br />

são uma excepção, pois apesar <strong>da</strong>s suas cinco primeiras colecções terem sido edita<strong>da</strong>s<br />

primeiramente em Roma, a cifragem do baixo é excepcionalmente <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>: Corelli reviu<br />

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