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Fernando Miguel Marques Jalôto Música de Câmara da 1ª metade ...

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apresentamos no Anexo 1 o rol <strong>de</strong>ssas mesmas obras. Após uma consulta, mesmo que<br />

superficial, <strong>da</strong> lista apresenta<strong>da</strong>, conclui-se que D. Pedro <strong>da</strong> Encarnação, apesar do seu<br />

claro espírito metódico, <strong>de</strong>vido a circunstâncias alheias à sua vonta<strong>de</strong>, não conseguiu<br />

agrupar <strong>de</strong> uma forma sistemática os livros <strong>de</strong> música. Com algumas notórias excepções,<br />

os livros <strong>de</strong> música <strong>de</strong> conteúdo teórico foram inscritos na primeira parte do seu catálogo,<br />

e os livros <strong>de</strong> música prática bem como alguns livros teóricos mais recentes, na segun<strong>da</strong><br />

parte do catálogo. Esta divisão <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>certo à organização <strong>da</strong> biblioteca existente<br />

antes <strong>de</strong> D. Pedro assumir funções <strong>de</strong> Bibliotecário. Certos livros <strong>de</strong> teoria musical, pela<br />

sua antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> no Mosteiro, há muito que haviam encontrado os seus lugares nas<br />

estantes <strong>da</strong> Livraria. Quando D. Pedro começa a laborar na BIBLIOTHECÆ é por ventura<br />

com alguma impotência que <strong>de</strong>ixa os livros <strong>de</strong> música mais ou menos dispersos pelo<br />

catálogo. A gran<strong>de</strong> maioria dos livros impressos <strong>da</strong>tam efectivamente do século XVI<br />

(1518, vários <strong>de</strong> 1529, 1533, 1562...) e XVII (1613, 1626, 1641, 1672, 1668) e tratam-se<br />

principalmente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s clássicos <strong>da</strong> teoria musical (Gafurius, Cerone, Folianus...)<br />

versando, sinteticamente, "las quatro Artes <strong>de</strong> ella, Canto llano, Canto <strong>de</strong> Organo,<br />

Contrapunto, y Composicion", como sugere o título <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> Andrès Lorete. Eram as<br />

silenciosas testemunhas dos tempos áureos <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> musical em Sta. Cruz, mas<br />

alguns livros continuavam a possuir aplicação prática no ensino <strong>da</strong> teoria musical.<br />

Algumas <strong>da</strong>s obras mais recentes incluídos nesta primeira parte do catálogo versavam<br />

sobre assuntos mais práticos: Bolsena, "Osservazioni per ben regolare il coro [...]", 1711;<br />

Carafa, "De Capella Regis [...]", 1749.<br />

24<br />

Na segun<strong>da</strong> parte do catálogo, ou APPENDIX, a situação é um pouco diversa,<br />

ain<strong>da</strong> que também varia<strong>da</strong>. A par <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> obras que se apresentam dispersas por<br />

várias páginas do catálogo, surge um grupo individualizado <strong>de</strong> obras instrumentais que<br />

constituirá o objecto do nosso estudo. Po<strong>de</strong>mos observar ain<strong>da</strong> um avultado conjunto <strong>de</strong><br />

livros teóricos, distinguindo-se sobretudo a profusão <strong>de</strong> autores ibéricos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

clássicos do século XVI – Bermudo, Vicente Lusitano, Tomás <strong>de</strong> Santa Maria – passando<br />

por Pedro Thalesio e a sua "Arte <strong>de</strong> Canto-Chaõ" <strong>de</strong> 1628, e finalmente as mais recentes<br />

obras dos portugueses Padre Manuel Nunes <strong>da</strong> Silva – "peritissimo na Arte <strong>da</strong> Musica<br />

assim pratica, como especulativa" 11 47 (e por isso a sua "Arte Mínima" merecer ser<br />

conserva<strong>da</strong> nas suas três edições <strong>de</strong> 1685, 1704 e 1725); António Fernan<strong>de</strong>s, e Manuel<br />

<strong>de</strong> Morais Pedroso. De presença indispensável em qualquer instituição que ministrasse o<br />

47. Diogo Barbosa Machado, Bibliotheca Lusitana […] Vol III: 326.

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