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Fernando Miguel Marques Jalôto Música de Câmara da 1ª metade ...

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nomea<strong>da</strong>mente as que ligavam a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto – área on<strong>de</strong> se concentravam várias<br />

casas <strong>da</strong> Congregação – a Londres e a Amesterdão. Portugal beneficiou assim, ain<strong>da</strong> que<br />

<strong>de</strong> forma limita<strong>da</strong> e indirecta, <strong>da</strong> promoção <strong>da</strong> prática <strong>de</strong> música <strong>de</strong> câmara entre as<br />

esferas burguesas setecentistas com novas pretensões culturais. Londres era um dos<br />

principais centros <strong>de</strong> impressão musical, <strong>de</strong> forma a satisfazer o largo mercado <strong>de</strong><br />

amadores, e foi nesta ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que alguns músicos portugueses se sentiram compelidos a<br />

editar as suas obras; foi esta também a porta por on<strong>de</strong> Santa Cruz <strong>de</strong> Coimbra recebeu<br />

as obras <strong>de</strong> Arcangelo Corelli, Geminiani, Pepush e, muito provavelmente, Lonati e<br />

Capellini. De Amesterdão – outro importante centro <strong>de</strong> edição musical, e sendo as<br />

Províncias Uni<strong>da</strong>s o segundo parceiro comercial <strong>de</strong> Portugal – chegaram as edições <strong>de</strong><br />

Valentini e Veracini. As relações com Paris são infelizmente ain<strong>da</strong> pouco claras no campo<br />

musical, mas é revelador o facto <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> Mascitti presente no códice MM62 ter sido<br />

transmiti<strong>da</strong> por manuscritos (ou menos provavelmente, através <strong>de</strong> impressos) com<br />

origem nesta ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, num processo que procurámos <strong>de</strong>sven<strong>da</strong>r.<br />

Finalmente, a predominância <strong>de</strong> composições <strong>de</strong> Arcangelo Corelli e <strong>de</strong> autores<br />

italianos a ele associados histórica e/ou estilisticamente, como Mascitti, Albinoni e<br />

Geminiani nesta colecção, parece confirmar que, à semelhança <strong>de</strong> outros países<br />

europeus, também em Portugal a obra corelliana parece ter assumido um papel relevante<br />

na renovação <strong>da</strong> linguagem instrumental, não só no repertório camarístico mas, talvez <strong>de</strong><br />

uma forma ain<strong>da</strong> mais directa e evi<strong>de</strong>nte, na produção para tecla <strong>da</strong> primeira meta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

setecentos.<br />

Foi nosso objectivo tornar acessível em transcrição mo<strong>de</strong>rna o conteúdo dos<br />

códices MM62 e MM63 que não se encontra editado ou reproduzido em fac-simile.<br />

I<strong>de</strong>almente esta dissertação encontraria continui<strong>da</strong><strong>de</strong> num ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro trabalho <strong>de</strong> edição<br />

que preservasse, mas sobretudo disponibilizasse aos intérpretes interessados este<br />

belíssimo espólio. Para cumprir este propósito, gostaríamos sobretudo que fosse possível<br />

apresentar a edição integral <strong>da</strong>s Opere Prima e Secon<strong>da</strong> <strong>de</strong> Michele Mascitti, que carecem<br />

<strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> edição actual condigna. 185 Também as sonatas <strong>de</strong> Pietro Paolo<br />

185. A sonata op.1 n.º 5 foi publica<strong>da</strong> como Sonate, E-moll pela casa Schott: Mainz, 1909;<br />

a sonata op.2 nº 13 foi publica<strong>da</strong> como Sonate, A-Dur pela editora Simroch: Berlim, 1899; as<br />

sonatas op. 1, 1 a 6 foram publica<strong>da</strong>s como Sechs Kammersonaten für Violine und Klavier pela<br />

casa Süd<strong>de</strong>utscher Musikverlag: Hei<strong>de</strong>lberg, 1963-65. Da restante obra <strong>de</strong> Mascitti só mais duas<br />

obras (op.5 n.º12 - o divertissement "Psiché", e op.6 n.º15 - um trio para violino, viola <strong>da</strong> gamba e<br />

contínuo) foram publica<strong>da</strong>s em edições mo<strong>de</strong>rnas. Estas informações foram retira<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Dean: The<br />

Music of Michele Mascitti (ca. 1664-1760): a Neapolitan violinist in Paris. Este mesmo autor<br />

transcreveu uma selecção <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> Mascitti extraí<strong>da</strong>s dos seus vários números <strong>de</strong> opus, mas a<br />

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