18.04.2013 Views

Historia da medicina - História da Medicina - UBI

Historia da medicina - História da Medicina - UBI

Historia da medicina - História da Medicina - UBI

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

técnicas. É neste século, o <strong>da</strong>s Luzes, que surge em<br />

Portugal a 1ª publicação médica periódica, intitula<strong>da</strong><br />

«Zodíaco Lusitano-Delphico, Anatomico, Botanico,<br />

Chirugico. Dendrologico, Ictylogico,...», em Janeiro de<br />

1794.<br />

No ano de 1726 fôra publicado por Brás Luís de<br />

Abreu o livro «Portugal Médico», ver<strong>da</strong>deira glorificação<br />

dos médicos. Na sua dedicatória ao Sereníssimo e<br />

sempre Augusto Príncipe do Brasil, diz mesmo que<br />

«Ja houve quem entendeo, que não devia ser Príncepe,<br />

quem não fosse medico...».<br />

O autor considera o legítimo Médico superior a todos<br />

os outros homens e que «a ver<strong>da</strong>deira <strong>Medicina</strong><br />

domina sobre todos os Monarchas...»<br />

É também neste século que se publicam as 1ª s<br />

Farmacopeias, para servirem de guia aos<br />

farmacêuticos. Na 1ª metade do século XVIII era ain<strong>da</strong><br />

a «Polyanthea <strong>medicina</strong>l» de João Curvo<br />

Semedo,1697, uma ver<strong>da</strong>deira enciclopédia médica,<br />

«o novo evangelho dos médicos portugueses», a qual<br />

continha remédios ver<strong>da</strong>deiramente repugantes,<br />

reedita<strong>da</strong> pelos tempos fora, que dominava.<br />

Porém o ver<strong>da</strong>deiro século <strong>da</strong>s Farmacopeias é o<br />

século XVIII.<br />

A 1ª farmacopeia que se publicou em língua<br />

portuguesa foi a «Farmacopeia Lusitana» em 1704,<br />

por D. Caetano de S.t° António, Boticário do Real<br />

Mosteiro de S.ta Cruz de Coimbra, o qual diz no<br />

«Prologo ao Leitor»: «moveume a sair a publico com<br />

esta obra, a experiencia certa, e continua<strong>da</strong>, <strong>da</strong> pouca,<br />

ou nenhuma noticia que tem <strong>da</strong> lingua latina a mayor<br />

parte dos Praticantes, que aprendem a arte<br />

Pharmaceuthica; e ver também que (ou seja, por<br />

impericia do latim, ou por falta de cabe<strong>da</strong>l) não<br />

comprão, nem uzão aquelles livros, por onde segura,<br />

e acerta<strong>da</strong>mente / podião dirigir-se, contentando-se<br />

só com os treslados manuscritos de um methodo de<br />

obrar, a que elles chamão Pharmaca,...».<br />

No Index encontramos a indicação de várias Aguas,<br />

Vinagres e Vinhos; Electuarios (pérolas, safiras,<br />

grana<strong>da</strong>s, esmeral<strong>da</strong>s); Emplastros; Infusões;<br />

Mucilagens; Óleos (de minhocas, de lacraus); Pedras:<br />

pedra sardónica, jacintos, grana<strong>da</strong>s, esmeral<strong>da</strong>, coral;<br />

Metais (ouro e prata); Pírulas; Pós (contra flatos;<br />

cordiais com pedras preciosas; digestivos, epilépticos;<br />

para fluxos de sangue; para gallico; para lombrigas;<br />

para sarna; pós restritivos); Triaga de Esmeral<strong>da</strong>s;<br />

Vinhos; Unguentos (unguentos desopilativos de<br />

curros, do baço, do estômago, do ligado); Xaropes e<br />

Zaragatoas.<br />

Em 1713, D. António dos Mártires (1698-1768), publica<br />

«Colectaneo Farmacêutico» ou «Farmacopeia<br />

Bateana».<br />

João Vigier, no ano de 1716 publica a<br />

«Pharmacopêa Ulissiponense»; Manuel Rodrigues<br />

Coelho (1735-1751) publica a «Pharmacopêa<br />

Tubalense» (o primeiro volume no ano de 1735; o<br />

13<br />

segundo em 1751).<br />

A sua Farmacopeia foi classifica<strong>da</strong> por Pedro José<br />

<strong>da</strong> Silva como «um ver<strong>da</strong>deiro e colossal monumento<br />

<strong>da</strong> polifarmácia».<br />

Em 1766, A. Rodrigues Portugal publica a<br />

«Pharmacopêa Portuense».<br />

Contudo, a 1ª farmacopeia oficial portuguesa, a<br />

«Pharmacopeia Geral para o Reino e domínios de<br />

Portugal» foi publica<strong>da</strong> em 1794, reimpressa em 1823,<br />

em Coimbra, de acordo com o Estatuto Universitário<br />

de 1772.<br />

É na 2ª edição <strong>da</strong> «Farmacopeia Lusitana», que se<br />

fala, pela 1ª vez, em Química.<br />

Podemos mesmo considerar que a oficina do<br />

farmacêutico foi o primeiro laboratório químico, e que<br />

o Dr. Curvo Semedo (1635-1719) foi o pioneiro <strong>da</strong><br />

indústria farmacêutica.<br />

Contudo, pelos fins do século XVIII ain<strong>da</strong> não se<br />

tinham adoptado, em Portugal, as teorias químicas<br />

que noutros países iam<br />

tomando vulto. No dealbar<br />

do século XVIII eram<br />

inúmeras as fórmulas<br />

medicamentosas mais ou<br />

menos mágicas que<br />

enchiam as farmacopeias:<br />

pós medicamentosos<br />

e mágicos, pedras,<br />

etc.<br />

Ontem como hoje! Bem<br />

recentemente ain<strong>da</strong> um<br />

diário fazia referência a talismãs mágicos, pós egípcios<br />

e cuecas magnéticas..., não esquecendo os<br />

proclamados efeitos milagrosos de umas pulseiras!<br />

Mas regressemos ao século XVIII, bem semelhante<br />

no seu quotidiano terapêutico ao dos séculos<br />

anteriores, nomea<strong>da</strong>mente ao do século XVI,<br />

aconselhado por Amato Lusitano.<br />

Na «Pharmacopea Tubalense» vamos encontrar o<br />

pó de múmia que entrava na composição de pós para<br />

descoagularem o sangue e contra infecções <strong>da</strong> pele:<br />

os pós de víboras; as pedras, como a pedra bezoar, e<br />

os metais suspensos do pescoço ou presos aos<br />

pulsos. Amato Lusitano, na CURA LXIV, 1ª<br />

Centúria-Duns envenenamentos con sublinsdo<br />

(Sublimato) e sua cura, receita remédios vomitivos.<br />

Entre eles cita a pedra bezar (lapis bezarticum)<br />

extraí<strong>da</strong> do estômago de uma certa cabra <strong>da</strong> Índia;<br />

raspadura de unicórnio, e principalmente o vomitório<br />

que levou a palma entre os outros: água de flor de<br />

laranjeira. Depois do vomitivo, passa ao antídoto: “feito<br />

de víboras a que chamamos teriaga”.<br />

Na CURA VIII, 1ª Centúria-De Febre Quartã,<br />

aconselha purgar com remédios que limpam a bilis<br />

negra, como: pílulas de fumária <strong>da</strong> India, de pedra <strong>da</strong><br />

Arménia, de lapis lazuli, chama<strong>da</strong> turqueza (cyaneus)<br />

e semelhantes. Aconselha igualmente <strong>da</strong>r teriaga<br />

Figuras 2, 3<br />

e 4 -<br />

Gravuras<br />

do Hortus<br />

Sanitatis<br />

(1517).<br />

Alquimistas<br />

trabalhando<br />

com<br />

substâncias<br />

minerais<br />

então<br />

empregues<br />

no<br />

tratamento<br />

de<br />

doenças.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!