Historia da medicina - História da Medicina - UBI
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Loja de<br />
boticário do<br />
séc. XVII<br />
já se encontra na Crónica de D. Dinis.<br />
O valor terapêutico <strong>da</strong> pimenta declinou; no entanto<br />
a farmacopeia portuguesa ain<strong>da</strong> a emprega, em pílulas<br />
arsenicais (ed. de 1936).<br />
Na CURA XI, 1ª Centúria - Duma terçã e <strong>da</strong><br />
quanti<strong>da</strong>de de xarope a <strong>da</strong>r, Amato, depois de praticar<br />
uma sangria, estabeleceu uma dieta de alimentação,<br />
man<strong>da</strong>ndo<br />
<strong>da</strong>r um xarope,<br />
e de<br />
segui<strong>da</strong><br />
um purgante<br />
na<br />
composição<br />
do<br />
qual entrava,entre<br />
outros<br />
símplices,<br />
o ruibarbo,<br />
e<br />
de segui<strong>da</strong><br />
persuadiu-o a comer um bolo, na composição do<br />
qual entravam casca de caneleira, e ruibarbo.”Depois<br />
disso ficou bom”, afirma.<br />
Quão longe estava esta terapêutica <strong>da</strong> do século<br />
XVIII, em que os febrífugos teriam por base a quinina!<br />
Da lista <strong>da</strong> Botica que o Dr. Alexandre requisitou em<br />
1788 constavam 32 libras de quina em casca e 16<br />
libras <strong>da</strong> mesma em pó, e só de Água de Inglaterra,<br />
antiga água <strong>da</strong>s sezões, talvez a 1ª especiali<strong>da</strong>de<br />
nacional, levava 12 garrafas.<br />
Amato Lusitano achava de bom conselho <strong>da</strong>r<br />
purgantes,e, no dia <strong>da</strong> crise, <strong>da</strong>r teriaga com vinho<br />
branco e em jejum, e como febrifugo, duas heminas<br />
de água géli<strong>da</strong>. CURA XI, V Centúria Duma terçã e<br />
<strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de xarope a <strong>da</strong>r; CURA XVIII, 4ª Centúria<br />
De Um doente com febre, curado com beber água<br />
gela<strong>da</strong>; deixou o doente beber água gela<strong>da</strong> até se<br />
saciar, acabando por ficar totalmente são. Na lista<br />
<strong>da</strong>s doenças que afligiam os portugueses não<br />
podemos esquecer o escorbuto ou mal de Luan<strong>da</strong><br />
contra o qual se usava o xarope de tamarindos. As<br />
astenias eram trata<strong>da</strong>s com estimulantes.<br />
As hiperastenias reprimi<strong>da</strong>s com sangrias.<br />
A sangria permanecia um dos pilares <strong>da</strong> terapêutica.<br />
Aconselha<strong>da</strong> ou pratica<strong>da</strong> por Amato Lusitano em<br />
inúmeras curas, como na CURA LXI, 4ª Centúria - De<br />
uma dupla terçã, em que primeiro mandou tirar ao<br />
doente 6 onças de sangue, seguindo-se a toma<strong>da</strong> de<br />
xarope e de purgante, com alimentação adequa<strong>da</strong> mas<br />
bebendo vinho branco.<br />
Na CURA XXV, 4ª Centúria - De febre sanguínea,<br />
mandou, logo no segundo dia <strong>da</strong> doença <strong>da</strong>r ao doente<br />
um clister seguido de uma sangria de uma libra de<br />
sangue; e ain<strong>da</strong> uma 2ª sangria, o que, com a toma<strong>da</strong><br />
de xaropes fez com que o paciente ficasse bom antes<br />
18<br />
do 7° dia. Na CURA XXVI, 4ª Centúria De una aflitiva<br />
febre continua com grande dor de cabeça, depois de<br />
purgas e sangrias, mandou por duas vezes abrir a<br />
veia <strong>da</strong> testa e correr até 6 onças de sangue, afirmando<br />
que após a 2ª abertura, a convalescença do doente<br />
fôra total. Na CURA XXXVIII, 4ª Centúria - De febre<br />
errática que degenerou em quartã - mandou praticar a<br />
sangria, segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> toma de purgantes; na CURA<br />
XXVIII, Wª Centúria - De desinteria, depois de vários<br />
clisteres, como lhe aparecesse uma febre violenta,<br />
mandou fazer uma sangria de 15 onças de sangue,<br />
bebendo de segui<strong>da</strong> um xarope, e <strong>da</strong>dos clisteres com<br />
proprie<strong>da</strong>des constrigentes, tal como o seguinte: R:<br />
de água de ceva<strong>da</strong>...; de sebo de bode, ... ;de pelos<br />
de lebre, uma dracma. Misture e faça-se um clister<br />
que será retido até ser possível. Por último utilizou<br />
defumaduras, em cuja receita se incluía laú<strong>da</strong>no,<br />
incenso e outros símplices.<br />
Ain<strong>da</strong> na 4ª Centúria, CURA XLVIII - De febre contínua<br />
com erisipela ulcera<strong>da</strong>; Apanhando a face e to<strong>da</strong> a<br />
cabeça, mandou primeiro fazer uma extracção de<br />
sangue e <strong>da</strong>r um purgante, e de segui<strong>da</strong> mandou<br />
aplicar duas sanguessugas nas hemorrói<strong>da</strong>s, tendo<br />
o doente voltado a ter saúde, e CURA LXII - De febre<br />
contínua maligna; com exantema, chama<strong>da</strong> pulicaria:<br />
nesta tão grossa febre, de tipo maligno e de mau cariz,<br />
e como se tratava de uma criança de 6 anos, depois<br />
de praticar a sangria, engendrou dois processos a fim<br />
de a melhorar. Um, ventosas às costas, outro,<br />
aplicação de uma sanguessuga às veias do ânus.<br />
Também em outros exantemas, chamados vanolas e<br />
sarampos, refere que “todos os médicos doutos<br />
permitem uma abun<strong>da</strong>nte sangria”.<br />
No século XVIII também os clisteres (clisteis) e<br />
ventosas continuavam sendo pilares <strong>da</strong> terapêutica.<br />
Os primeiros estão indicados na «Pharma-copeia<br />
Tubalense» como antiapopléticos; anti-cólicos;<br />
carminativos; !axantes e febrífugos. Também indica<br />
«clister de Tabaco».<br />
O Dr. Alexandre R. Ferreira requisitára 30 ataduras<br />
para sangria, e borrachas de couro, com os seus<br />
pipos prontos para os clisteis...9.<br />
Doenças <strong>da</strong> pele requeriam o uso de calmantes,<br />
como o Láu<strong>da</strong>no opiado Ludovico, que levava<br />
mercúrio; os calomelanos ou mercúrio sublimado<br />
doce, externamente usado como tónico, antisséptico<br />
e anti-sifilítico; o láu<strong>da</strong>no líquido que é o Láu<strong>da</strong>no de<br />
Sydenham, uma tintura de ópio com açafrão, canela<br />
e cravo <strong>da</strong> Índia. Utilizado como analgésico em<br />
aplicações sobre a pele, puro ou misturado, sob a<br />
forma de linimento com outros analgésicos.<br />
Deste calmante requisitára o Dr. Alexandre 2 libras.<br />
No «Portugal Médico», 1726, é dito do Láu<strong>da</strong>no opiado:<br />
«Deve ser hoje remédio familiar, pella admiravel virtude<br />
de que he dotado para varios achaques», e cita alguns<br />
casos de doenças e sua cura.<br />
Enquanto que a Pharmacopeia Tubalense diz: