18.04.2013 Views

Historia da medicina - História da Medicina - UBI

Historia da medicina - História da Medicina - UBI

Historia da medicina - História da Medicina - UBI

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ain<strong>da</strong> hoje, entre nós, por Énula-campana, é também<br />

em espanhol, em catalão e em italiano, no francês<br />

por Inule-aunée, que é a Inula helenium L..Tem flores<br />

amarelas e os frutos são aquénios, é utilizado como<br />

expectorante e antiespasmódica, serve para a falta<br />

de apetite e para as desordens estomacais e<br />

intestinais e para a bronquite. Vegeta ain<strong>da</strong> a I.<br />

crithmoides L. conheci<strong>da</strong> vulgarmente por Campana<strong>da</strong>-praia<br />

ou Madomeira-bastar<strong>da</strong>.<br />

Na pág. 98 turbith, está mal escrita, não deve ter o<br />

h final.<br />

5. Na Cura 95, Centúria II, que no rótulo tem “Do<br />

Cui<strong>da</strong>do A Haver No Tratamento Do Pano Ou Tremor<br />

Inguinal E O Que É O Pau-Deguáiaco, Que Entre Nós<br />

Nasce Com o Nome de Buxo”. Em segui<strong>da</strong> diz que o<br />

pau de guaiaco trazido <strong>da</strong>s ilhas recentemente<br />

descobertas é o mesmo que os europeus chamam<br />

buxo, como se torna evidente a quem confirmar (1) . A<br />

identi<strong>da</strong>de referia-se aos tratamentos pois as plantas<br />

são ecologicamente muito diferentes. O guaiaco ou<br />

pau-santo, é o Guaiacum officinale L. <strong>da</strong> Família <strong>da</strong>s<br />

Rutáceas. Árvore <strong>da</strong>s ilhas <strong>da</strong> Jamaica, de Cuba, de<br />

S. Domingos e <strong>da</strong>s Bahamas. Empregue na síflis,<br />

nas afecções cutaneas, nas dores reumáticas, na<br />

gota e nas escrófulas, etc. A decocção leva 50 g de<br />

guaiaco, água e ferve numa hora, para obter um quilo<br />

de cozimento, coa-se e depois de depor decanta-se (15) .<br />

O Buxo, o Buxus sempervirens L., <strong>da</strong> Família <strong>da</strong>s<br />

Buxáceas, <strong>da</strong> qual se praticam as folhas, as<br />

sumi<strong>da</strong>des flori<strong>da</strong>s e as raízes, como fazia Amato. O<br />

buxo é arbusto ou pequena árvore, geralmente com 1<br />

a 5 m. de altura. As folhas são opostas, inteiras e<br />

glabras, a flor é branca esverdea<strong>da</strong>. Os frutos são<br />

cápsulas ovóides. Aparecem nos brejos calcários e<br />

seus bosques. É marca<strong>da</strong>mente mediterrânica e está<br />

representa<strong>da</strong> em Portugal. Tem como primos a buxina,<br />

alcalóides secundários, vitamina C, tanino e óleo<br />

essencial. Como utilização actual, estimula a<br />

transpiração, alivia a febre e serve como laxante. Usase<br />

para as infecções, a epilepsia, a malária, na calvície<br />

e no reumatismo (6) .<br />

6. Quanto ao conhecimento geográfico <strong>da</strong>s plantas,<br />

fala <strong>da</strong> Erva dos Passarinhos (herban passerculorum)<br />

em Nisa e Castelo Branco, nas muralhas do castelo.<br />

Indica as fal<strong>da</strong>s de Serra <strong>da</strong> Gardunha para designar<br />

plantas. Fala nos nabos enormes do Sabugal<br />

possivelmente a caminho de Salamanca onde estudou.<br />

De Herrera de Alcantara e <strong>da</strong>s pepitas de ouro que<br />

apareciam no rio Tejo e que muitas vezes empregava<br />

no seu receituário.<br />

Cita Almeirim, Santarém, Alcobaça, Pederneira,<br />

Oeiras e Lisboa. De Abrantes cita os melões moscatel<br />

de cheiro. Cita Setúbal e Alcácer do Sal e de Extremoz<br />

fala <strong>da</strong> água de medronho. Fala de Évora, a propósito<br />

de Pierre Brissot, sábio botânico que percorreu a<br />

Península Ibérica a estu<strong>da</strong>r as plantas <strong>medicina</strong>is,<br />

por volta de 1518 e que veio a falecer em 1522. Nesta<br />

29<br />

altura João Rodrigues tinha 11 anos. Na Cura 39, II<br />

Centúria, menciona uma rapariga de Esgueira, a nove<br />

léguas de Coimbra, a quem chama ci<strong>da</strong>de ilustre de<br />

Portugal. Diz que a rapariga de Esgueira era fi<strong>da</strong>lga e<br />

que passou de Maria Pacheca a Manuel Pacheco.<br />

Amato pensa que ele ficou sempre imberbe.<br />

É bem conhecido o seu trajecto europeu por isso<br />

não me refiro ao seu périplo pelas grandes ci<strong>da</strong>des<br />

europeias <strong>da</strong> época renascentista.<br />

Na Cura 39 II Centúria, diz Amato: “Eu próprio vi em<br />

África”. Esteve naquele continente, não se referindo<br />

ao ponto geográfico ou áreas geográficas.<br />

B. ACHEGAS PARA O ESTUDO DE ECOLOGIA<br />

DA VEGETAÇÃO DA BEIRA INTERIOR<br />

1. Já referimos na primeira parte as ligações<br />

importantes <strong>da</strong>s diferentes culturas e que foram<br />

enriquecendo a medecina e as outras ciências afins,<br />

com os tratados publicados em edições renova<strong>da</strong>s e<br />

as traduções, que alargaram os conhecimentos<br />

científicos. Assim como a indicação dos herbários e<br />

dos jardins botânicos tão importantes para o<br />

alargamento dos conhecimentos <strong>da</strong>s plantas. Amato<br />

foi aprofun<strong>da</strong>ndo os seus conhecimentos de plantas<br />

desde os árabes aos chineses, apanhando as do<br />

Índico e do Pacífico. As descobertas a Ocidente vão<br />

abrir ain<strong>da</strong> mais o conhecimento de novas plantas<br />

<strong>medicina</strong>is, aromáticas e comestíveis. A II Centúria<br />

dá fé <strong>da</strong>s muitas plantas novas <strong>da</strong>s terras descobertas<br />

há pouco tempo. Vê-se a grande evolução que João<br />

Rodrigues realizou. Sente-se que ca<strong>da</strong> planta sua<br />

conheci<strong>da</strong> foi experimenta<strong>da</strong> e o aproveitamento que<br />

faria de uma certa área <strong>da</strong>s mesmas se foi alargando,<br />

passando <strong>da</strong>s folhas para as sumi<strong>da</strong>des florais e<br />

destas para as raízes ou vice-versa. Amato Lusitano<br />

foi um biólogo porque tratou dos seres vivos. A maneira<br />

inteligente como percebeu que muitas plantas tinham<br />

nomes diferentes em diversas origens. Não havia uma<br />

classificação sistemática. Quando se pronuncia nas<br />

citações de plantas, atribui geralmente dois nomes à<br />

mesma planta, como mais tarde foram classificados<br />

por Lineu com o Género em primeiro lugar e a Espécie<br />

de segui<strong>da</strong>. Só que Amato nos dois nomes que aplica<br />

não os liga sistematicamente. As descrições<br />

deliciosas de muitas plantas de origens diferentes<br />

percebendo e afirmando que os climas não podem<br />

<strong>da</strong>r a mesma cópia do ser vivo vegetal.<br />

A noção de espécie, por vezes, ain<strong>da</strong> não era clara<br />

na sua destrinça, sobretudo quando as mesmas eram<br />

mais sofistica<strong>da</strong>s.<br />

O Conhecimento do meio era necessário para fazer<br />

as combinações de plantas que utilizava na sua<br />

terapêutica. Assim pode-se perceber que a relação<br />

entre a vi<strong>da</strong> vegetal e o meio terrestre não tinham<br />

segredos para Amato, haja em vista as áreas<br />

geográficas que indica nos seus trabalhos, o que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!