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Historia da medicina - História da Medicina - UBI

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1. As Fontes Escritas Utiliza<strong>da</strong>s<br />

As Fontes utiliza<strong>da</strong>s foram o Livro do Posto de<br />

Despiolhagem e Desinfecção, de Penha Garcia,<br />

Monfortinho, Salvaterra do Extremo e São Miguel de<br />

Acha, 1941. Este Livro encontra-se no arquivo <strong>da</strong><br />

Misericórdia de I<strong>da</strong>nha-a-Nova e não conhecemos<br />

qualquer outro nos Arquivos Paroquiais, <strong>da</strong>s Juntas<br />

de Freguesia ou no Arquivo <strong>da</strong> Câmara Municipal de<br />

I<strong>da</strong>nha-a-Nova.<br />

2. Composição do Lar<br />

Existe vulgariza<strong>da</strong> a ideia que, no tempo dos nossos<br />

pais e avós, as famílias eram muito numerosas: pai,<br />

mãe e cinco, seis, sete, dez ou mais filhos. Esta ideia<br />

não corresponde à ver<strong>da</strong>de. O mais frequente são os<br />

lares com três membros - 22,5%. Os lares<br />

constituídos por dois a cinco membros, isto é, com<br />

nenhum até três filhos, são 80% do total dos lares,<br />

enquanto 6,5% têm um só elemento. Com seis ou<br />

mais membros, isto é, com quatro ou mais filhos, só<br />

22% dos lares.<br />

É necessário imenso cui<strong>da</strong>do nas generalizações,<br />

principalmente quando surgem de uma análise sentimental.<br />

A admiração quase religiosa ti<strong>da</strong> para com<br />

aqueles pais, principalmente as mães, que criaram<br />

uma dezena de filhos e estes vieram a afirmar-se na<br />

vi<strong>da</strong> contra, muitas vezes, os dois ou o filho único <strong>da</strong>s<br />

famílias mais ricas <strong>da</strong> aldeia, pode conduzir a<br />

generalizações não correctas.<br />

Contudo, a outra face <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de é que a Fonte só<br />

refere os moradores, os que estavam em casa,<br />

esquecendo os possíveis emigrantes. Mas, mais do<br />

que este facto, note-se que sempre são 22%, a quinta<br />

parte dos lares <strong>da</strong> aldeia que têm quatro ou mais filhos.<br />

Um número suficientemente grande para se fazer<br />

notado e permanecer na retina <strong>da</strong> memória individual<br />

e colectiva.<br />

O CONCELHO DE IDANHA-A-NOVA EM MEADOS DO SÉCULO XX<br />

Dados para o Estudo <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> Quotidiana na Raia Centro<br />

A IDADE DO QUOTIDIANO<br />

por António Maria Romeiro Carvalho*<br />

3. Natali<strong>da</strong>de e Mortali<strong>da</strong>de<br />

A Fonte em estudo só nos fala dos vivos. Na<strong>da</strong> refere<br />

dos mortos. Mas uma pesquisa no local conduz de<br />

imediato à informação de que rara era a família a quem<br />

não morrera um ou dois filhos pequenos. Em alturas<br />

de convergência de vários males - más colheitas,<br />

climas mais quentes, epidemias - aconteciam<br />

autênticas mortan<strong>da</strong>des. Como dizem algumas<br />

mulheres, «já nem o sino tocava, tantas eram as<br />

mortes. Havia mulheres que nem despiam o luto: se<br />

não era familiar era vizinho ou amigo».<br />

Doenças não faltavam e a ausência de médicos e<br />

medicamentos, ausências estas agrava<strong>da</strong>s pela falta<br />

de higiene e por uma má alimentação, doenças como<br />

a varíola, sarna, sesões, tifo ou doenças de pele<br />

conduziam fatalmente ao cemitério.<br />

A uma forte natali<strong>da</strong>de corresponde uma igualmente<br />

forte mortali<strong>da</strong>de, <strong>da</strong>ndo razão a Cipolla, para 1950:<br />

com as taxas de 24,4 /1000 (natali<strong>da</strong>de) e 12,2/1000<br />

(mortali<strong>da</strong>de), Portugal é o país com as mais eleva<strong>da</strong>s<br />

taxas de entre um conjunto de países europeus<br />

constituído por Espanha, França, Inglaterra, Grécia,<br />

Alemanha e Itália (1) .<br />

O Concelho de I<strong>da</strong>nha-a-Nova, pelo menos até<br />

meados do século XX, possui uma demografia tipo de<br />

Antigo Regime: eleva<strong>da</strong> natali<strong>da</strong>de e eleva<strong>da</strong><br />

mortali<strong>da</strong>de com cíclicos saldos negativos e rápi<strong>da</strong>s<br />

recuperações.<br />

Tentámos verificar o intervalo intergenésico, a fim<br />

de se analisar a fertili<strong>da</strong>de, mas não é possível<br />

qualquer conclusão. Os <strong>da</strong>dos disponíveis são poucos<br />

e, principalmente, a Fonte não informa quantos filhos<br />

teve o casal, se algum morreu e quando tal aconteceu.<br />

4. Mortali<strong>da</strong>de Infantil<br />

53<br />

A taxa de mortali<strong>da</strong>de é enorme, como atrás ficou<br />

dito. Para ela contribui de forma esmagadora a

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