Anuário Brasileiro do Arroz 2011 - Unemat
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<strong>Arroz</strong> agrega<br />
certificações Para o arroz e Para o feijão e a<br />
industrialização <strong>do</strong>s grãos são alternativas<br />
Para incrementar o consumo, segun<strong>do</strong> estudiosos<br />
Os brasileiros costumam consumir<br />
arroz e feijão quase que totalmente<br />
sob a forma in natura. Para o pesquisa<strong>do</strong>r<br />
Alci<strong>do</strong> Elenor Wander, da Embrapa<br />
<strong>Arroz</strong> e Feijão, de Santo Antônio de<br />
Goiás (GO), é necessário que haja uma<br />
mudança de percepção sobre o real valor<br />
desses grãos. “O arroz longo-fino é<br />
o produto que mais sofre substituição<br />
com o aumento da renda <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r”,<br />
constata.<br />
Wander defende que dentro da cadeia<br />
produtiva ocorram investimentos<br />
em produtos diferencia<strong>do</strong>s, que contenham<br />
valor adiciona<strong>do</strong> ao grão, seja<br />
em termos nutricionais seja relaciona<strong>do</strong>s<br />
à forma de produção, com respeito<br />
a causas sociais e ambientais. “Nesse<br />
contexto, surgem estratégias como<br />
as certificações de arroz orgânico, de<br />
produção integrada ou com indicação<br />
geográfica”, exemplifica.<br />
Outra alternativa, conforme o pesquisa<strong>do</strong>r,<br />
é a transformação <strong>do</strong> cereal<br />
em subprodutos, prática pouco explorada<br />
no Brasil. “Basta darmos uma olhada<br />
na prateleira <strong>do</strong>s supermerca<strong>do</strong>s nos<br />
países asiáticos e vermos a diversidade<br />
de produtos industrializa<strong>do</strong>s que têm o<br />
arroz como um <strong>do</strong>s seus ingredientes”,<br />
compara. Para ele, medidas como a inserção<br />
<strong>do</strong> grão na merenda escolar e na<br />
distribuição de cestas básicas são importantes.<br />
“A questão é que só isso não<br />
resolve. Precisamos mais e a indústria<br />
de transformação é uma grande aliada<br />
no processo”, acredita.<br />
Com relação ao feijão, Wander observa<br />
que o problema da queda de<br />
consumo não é tão acentua<strong>do</strong> porque<br />
não existe um substituto direto à le-<br />
guminosa. “O foco no feijão também<br />
deve ser volta<strong>do</strong> para produtos com<br />
qualidade nutricional diferenciada, de<br />
preferência com selos de conformidade<br />
em relação a questões sociais e<br />
ambientais, que estão se tornan<strong>do</strong> as<br />
principais barreiras <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s modernos”,<br />
enfatiza.<br />
NOVO OLHAR Toda a pesquisa e<br />
a produção de arroz no Brasil estão voltadas<br />
às altas produtividades e à qualidade<br />
<strong>do</strong> grão, essenciais para o consumo<br />
humano. O presidente da Federação<br />
das Associações de <strong>Arroz</strong>eiros <strong>do</strong><br />
Rio Grande <strong>do</strong> Sul (Federarroz), Renato<br />
Rocha, lembra que existe excedente de<br />
2,5 milhões de toneladas <strong>do</strong> cereal no<br />
Mercosul (bloco econômico que reúne<br />
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).<br />
“Se seguir nesse ritmo, em 2020 a sobra<br />
será de 8 milhões de toneladas”,<br />
constata.<br />
Diante dessa realidade, Rocha defende<br />
que se criem novas alternativas<br />
para o arroz, como o uso <strong>do</strong> grão na<br />
produção de ração animal e de biocombustíveis.<br />
“No Japão, parte da<br />
produção de arroz é destinada para<br />
ser transformada em álcool”, observa.<br />
O presidente da Federarroz lembra<br />
ainda que, para essas atividades, que<br />
não envolvam consumo humano, não<br />
há necessidade de variedades de alto<br />
rendimento. “Os grãos podem ser quebra<strong>do</strong>s,<br />
com defeito e gessa<strong>do</strong>s. Temos<br />
que incentivar isso aí”, conclui.<br />
Inor Ag. Assmann