Anuário Brasileiro do Arroz 2011 - Unemat

eal e descobrir as características que
fazem o grão ter uma qualidade superior,
a Aproarroz convidou o engenheiro
agrônomo Carlos Nabinger, professor da
Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (Ufrgs). “Ele realmente encontrou a
comprovação do fenômeno e pudemos,
finalmente, buscar a Denominação de
Origem”, destaca Santos.
CLIMA Com base em uma ampla
pesquisa bibliográfica, inclusive em
estudos publicados no exterior, Carlos
Nabinger, da Ufrgs, verificou que existe
uma relação direta entre o clima e a
qualidade do cereal colhido. No Litoral
Norte gaúcho a variação de temperatura
entre o dia e a noite é bem menor
do que nas demais regiões produtoras.
Essa condição é alcançada pela presença
de grandes massas de água que
circundam a área — de um lado está o
Oceano Atlântico e do outro, a Lagoa
dos Patos, além de espelhos d’água.
Também o regime de ventos tem papel
importante, pois atua na dissipação do
calor, principalmente na época de enchimento
do grão.
Segundo o presidente da Aproarroz,
Clóvis Terra Machado dos Santos,
enquanto na Fronteira Oeste gaúcha,
maior região produtora de arroz no Brasil,
chega a fazer 16ºC à noite e mais
de 35ºC na parte do dia, em média no
verão, no Litoral Norte a temperatura
oscila entre 22ºC e 30ºC. O resultado
MERCADO PAGA
ATÉ 10% A
MAIS POR GRÃO
DIFERENCIADO
é a obtenção de maior quantidade de
grãos inteiros, que apresentam aspecto
mais translúcido e vítreo e são isentos
de gesso. Essas características dão origem
a um produto mais resistente ao
beneficiamento, com maior rendimento
de panela e mais solto.
Com todos os estudos realizados, a
Aproarroz pôde requerer a Denominação
de Origem para o produto, pois provou
que o grão do Litoral Norte não pode ser
produzido com as mesmas características
em outro local. Dessa forma, o produto
do Brasil entra para o seleto grupo do
qual participam o champanhe e os queijos
Roqueford e Camembert da França, a
tequila do México, o café da Colômbia e
o presunto de Parma da Itália.
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