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Anuário Brasileiro do Arroz 2011 - Unemat

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<strong>do</strong> governo federal. O estoque total<br />

aumentou cerca de um milhão de t em<br />

um ano, a exata dimensão das importações<br />

ao longo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> comercial<br />

2010/11: 1,04 milhão de t. A compra<br />

foi motivada pelos competitivos<br />

valores pratica<strong>do</strong>s nos demais países<br />

<strong>do</strong> Mercosul, enquanto o produto <strong>do</strong><br />

Sul <strong>do</strong> Brasil, pesadamente tributa<strong>do</strong>,<br />

com alto custo de produção e sofren<strong>do</strong><br />

os reveses <strong>do</strong> câmbio desfavorável,<br />

encalha.<br />

MOEDA FORTE Paralelamente à<br />

oferta, a política cambial afeta a comercialização.<br />

A valorização da moe-<br />

da brasileira perante o dólar derrubou<br />

as cotações no merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>méstico ao<br />

dificultar os embarques e facilitar as<br />

compras até fevereiro de <strong>2011</strong>. Enquanto<br />

isso, os preços no merca<strong>do</strong><br />

internacional mantiveram a trajetória<br />

de queda, embora menos acentuada,<br />

iniciada depois de atingir o pico em<br />

2008, no auge da “crise mundial de<br />

alimentos” anunciada pela Organização<br />

das Nações Unidas para Agricultura<br />

e Alimentação (FAO).<br />

“Em março e abril, quan<strong>do</strong> ocorre<br />

mais de 70% da colheita <strong>do</strong> País, a<br />

pressão da safra afetou mais o merca<strong>do</strong><br />

que o câmbio, pois enquanto os<br />

preços no Rio Grande <strong>do</strong> Sul variavam<br />

de R$ 18,00 a R$ 19,00, a paridade<br />

com o produto uruguaio, por exemplo,<br />

seria de R$ 21,00 a R$ 22,00 por<br />

saca”, explica Élcio Bento, analista<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de arroz da consultoria<br />

Safras & Merca<strong>do</strong>. A<br />

diferença entre a paridade<br />

de importação e as cotações<br />

internas era equivalente<br />

a algo entre<br />

R$ 2,00 e R$ 4,00, ou<br />

US$ 1,25 a US$ 2,50 a saca de 50kg.<br />

Se de um la<strong>do</strong> os pre- ços internos<br />

não têm um piso,<br />

em razão d a<br />

oferta, por outro<br />

têm um teto<br />

“baixo”, que<br />

é a pari- dade<br />

<strong>do</strong>s valores de importação. Essa é uma<br />

informação preocupante, pois o movimento<br />

das cotações em direção ao preço<br />

mínimo de R$ 25,80, cobra<strong>do</strong> pelos<br />

agricultores, representará o aumento<br />

das compras no Mercosul. “Atualmente,<br />

esses países têm busca<strong>do</strong> com mais<br />

força terceiros merca<strong>do</strong>s, pois não têm<br />

interesse de fomentar cotações ainda<br />

menores no Brasil. Mas com preços internos<br />

de R$ 25,80, ou seja, acima de<br />

US$ 16, o Brasil remuneraria melhor <strong>do</strong><br />

que qualquer merca<strong>do</strong> mundial, chaman<strong>do</strong><br />

a atenção não só <strong>do</strong> Mercosul,<br />

mas também de outros grandes fornece<strong>do</strong>res”,<br />

explica Bento.<br />

O analista credita o enfraquecimento<br />

<strong>do</strong>s valores no merca<strong>do</strong> interno<br />

à pressão de safra. “Neste momento,<br />

há falta de armazéns, frete mais alto,<br />

dificuldades de escoamento e excesso<br />

de oferta. É toda uma conjuntura<br />

baixista e esse cenário, naturalmente,<br />

achata os preços”, pondera. Além<br />

da produção brasileira recorde, to<strong>do</strong>s<br />

os países <strong>do</strong> Mercosul também terão<br />

safra cheia ou recordes, o que gera<br />

um excedente superior a 3 milhões<br />

de toneladas no bloco econômico,<br />

algo como 10% de to<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong><br />

mundial. “Isso leva a uma tendência,<br />

manti<strong>do</strong> esse cenário, de preços médios<br />

não superiores a R$ 22,00 nos<br />

próximos meses. Conjuntura que só<br />

muda com uma ação radical de apoio<br />

<strong>do</strong> governo federal”, projeta.<br />

OFERTA E CÂMBIO<br />

PRESSIONAM OS<br />

PREÇOS INTERNOS<br />

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