Anuário Brasileiro do Arroz 2011 - Unemat
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<strong>do</strong>, onde estão também 90% das 264<br />
indústrias gaúchas <strong>do</strong> setor. A cultura<br />
envolve quase 15 mil produtores,<br />
em sua maioria arrendatários (60%),<br />
conforme aponta o Instituto Rio-<br />
-grandense <strong>do</strong> <strong>Arroz</strong> (Irga). Na atual<br />
temporada, o resulta<strong>do</strong> das lavouras<br />
deve chegar a 8,832 milhões de toneladas,<br />
com média recorde de 7.600<br />
quilos por hectare.<br />
O desempenho teve influência direta<br />
<strong>do</strong> clima, que favoreceu o plantio<br />
em tempo recorde e dentro <strong>do</strong> perío<strong>do</strong><br />
indica<strong>do</strong> pelos pesquisa<strong>do</strong>res. O<br />
tempo seco e com alta luminosidade<br />
e a reserva de água das chuvas <strong>do</strong> inverno<br />
garantiram irrigação eficiente.<br />
O presidente <strong>do</strong> Irga, Cláudio Brayer<br />
Pereira, destaca que o comportamento<br />
climático ampliou o impacto da<br />
tecnologia aplicada ao cultivo, com<br />
maior eficiência no manejo nas diferentes<br />
etapas da lavoura.<br />
Por sua vez, o presidente da Federação<br />
das Associações de <strong>Arroz</strong>eiros <strong>do</strong><br />
Rio Grande <strong>do</strong> Sul (Federarroz), Renato<br />
Rocha, enfatiza que, dentro da porteira,<br />
o produtor vem investin<strong>do</strong> em técnicas<br />
diferenciadas, o que se traduz em alta<br />
produtividade e grãos de qualidade.<br />
“Nosso problema é a renda. O custo de<br />
produção é alto, a tributação sobre insumos<br />
e sobre o arroz é exagerada, não<br />
há incentivos para produzir, ainda que<br />
sejamos responsáveis por 65% <strong>do</strong> arroz<br />
colhi<strong>do</strong> e por 90% <strong>do</strong> produto de qualidade<br />
consumi<strong>do</strong> no Brasil”, desabafa.<br />
O TAMANHO DO DESAFIO O<br />
presidente da Federarroz, Renato Rocha,<br />
assinala que o desafio <strong>do</strong> Rio Grande<br />
<strong>do</strong> Sul é exportar pelo menos 10%<br />
<strong>do</strong> que produz (o equivalente a quase<br />
900 mil toneladas no ciclo <strong>2011</strong>/12),<br />
investir em armazéns e recuperar preços<br />
compatíveis com o custo de pro-<br />
dução. “Nos quatro primeiros meses de<br />
<strong>2011</strong>, o produtor teve prejuízos de até<br />
R$ 10,00 por saca, se formos comparar<br />
o custo médio de produção e o valor de<br />
comercialização”, enfatiza.<br />
Na avaliação <strong>do</strong> dirigente, tributação,<br />
deficiência da infraestrutura de<br />
armazenagem e da de logística e falta<br />
de política agrícola comprometida com<br />
o setor produtivo, além <strong>do</strong> excesso de<br />
importações, são causas da crise. “Isso<br />
abre o merca<strong>do</strong> brasileiro à concorrência<br />
desleal <strong>do</strong> Mercosul e afeta a competitividade<br />
<strong>do</strong> nosso produto, interna<br />
e externamente”, explica. Salienta que,<br />
via câmaras setoriais nacional e estadual,<br />
há esforço da cadeia produtiva<br />
para construir políticas adequadas ao<br />
escoamento da produção, à garantia da<br />
rentabilidade e à redução de custos da<br />
lavoura, medidas que poderão ampliar<br />
a capacidade de competir com os principais<br />
concorrentes.<br />
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