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Videoclipe: o elogio da desarmonia - Thiago soares 91<br />

o “artístico” e o “comercial”:<br />

um amálgama<br />

Pretendemos não somente discutir a estética do vi-<br />

deoclipe a partir de tópicos comparativos, mas também,<br />

perceber que as linhas que regem a produção e o consumo<br />

do videoclipe vão além de pressupostos que ditam o<br />

fato de que há fronteiras bem definidas nos conceitos que<br />

regem a relação entre videoclipe-cinema-e-publicidade.<br />

Vejamos: é senso comum, ouvir assertivas que situam um<br />

certo videoclipe mais “comercial” e outro mais “artístico”.<br />

ora, Backstreet Boys, Britney Spears, KLB, rouge protagonizam<br />

videoclipes mais “comericiais”. The Strokes, The<br />

White Stripes, Los hermanos e arnaldo antunes trazem<br />

vídeos mais “artísticos”. esta abordagem entre o “comercial”<br />

e o “artístico” no videoclipe parece nos remontar ao<br />

que propomos anteriormente: uma discussão de como o<br />

clipe está articulado tanto à publicidade quanto à linguagem<br />

cinematográfica. Neste sentido, por exemplo, seria<br />

estanque e pouco profícua a idéia de que artistas ditos<br />

“alternativos” produziriam videoclipes, também, “alternativos”.<br />

Não entremos na seara de discutir o conceito de<br />

“alternativo”, mas, a mesma divisão feita entre o “comercial”<br />

e o “artístico” no videoclipe pode ser ampliada para<br />

o conceito de que o “comercial” é, também, mainstream,<br />

central, epicentro, e o “artístico” seria, portanto, o “alternativo”,<br />

o “à margem”, o periférico. Não sejamos tão<br />

bipolarizados.<br />

a contemporaneidade prevê uma maleabilidade<br />

conceitual que nos leve a perceber que não podemos<br />

(nem devemos) traçar fronteiras/linhas divisórias marcadas<br />

para elementos dotados do dinamismo das esferas de<br />

consumo. Propomos, portanto, uma quebra destes marcos<br />

limítrofes entre o comercial e o artístico, o centro e<br />

a periferia, o mainstream e o alternativo. Não devemos<br />

tratar estes conceitos (que sabemos ser profundamente<br />

cambaleantes, efêmeros e transitórios) a partir de marcos<br />

rígidos. hoje, os núcleos de produção massiva de clipes (e<br />

aí, destacamos diretores e produtoras) estão inseridos na<br />

dinâmica do marketing das grandes gravadoras (agentes<br />

financiadores dos videoclipes), sendo, por isso, um veículo<br />

de associação entre a tônica musical e a imagética,<br />

entre o artista e o conceito que se faz deste artista. o<br />

videoclipe é este meio de criação de um conceito de um<br />

determinado artista da música pop e, em função disso, temos<br />

que considerar que, mais do que preceitos de ordem<br />

“artística” ou “comercial”, tais conceitos habitam uma esfera<br />

de consumo. ou seja, se existem aplicabilidades para<br />

os termos “artístico” e “comercial”, tais terminologias conceituais<br />

estão articuladas ao que podem gerar enquanto<br />

consumo. em outras palavras: tanto o “artístico” quanto<br />

o “comercial” se remontam às lógicas do capitalismo, que<br />

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