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Videoclipe: o elogio da desarmonia - Thiago soares 135<br />

no videoclipe e o contexto em que o referido clipe foi lançado,<br />

entendendo o contexto, sobretudo, como uma referência<br />

ao universo do artista em questão; b) vislumbrar<br />

de que forma o diretor do clipe está articulado ao artista<br />

que protagoniza o vídeo; c) delinear de que maneira se dá<br />

o processo de semiose do conceito de um álbum (CD) com<br />

o videoclipe; d) perceber como os maneirismos estéticos<br />

de um videoclipe são parte integrante de uma dinâmica<br />

estratégica das gravadoras.<br />

Não é função de uma análise tentar explicar o texto<br />

audiovisual, mas questionar de onde vem o sentido que<br />

se atribui ao texto. a análise de um videoclipe, diante do<br />

que expomos, tem a perspectiva de achar um lugar entre<br />

autor (quem cria, quem dirige), texto (constituintes de<br />

ordem estrutural e técnica) e contexto (quem consome,<br />

em que circunstâncias se cria), de forma que não se encontre<br />

um ambiente seguro para tais vetores, mas sim,<br />

um lugar que esteja suspenso e galgado no entendimento<br />

de que estamos diante de um signo estético, com toda<br />

a ambigüidade e arbitrariedade que lhe são peculiares.<br />

Numa análise, deve-se evidenciar papéis ficcionais e sociais<br />

protagonizados no clipe, tentando entender como se<br />

encaixam determinados personagens num “lugar” da sociedade.<br />

É função da análise também perceber como se<br />

dão as lutas ou desafios propostos (quando há) por uma<br />

narrativa no videoclipe e de que forma aparecem lugares<br />

e são concebidos os espaços temporais. analisar um videoclipe<br />

é interrogar o clipe: por que foi feito desta forma?<br />

Atrelado a que contexto se tem configurado determinado<br />

maneirismo estético? O clipe galgado na narrativa está inserido<br />

numa dinâmica da sociedade encenada, operando<br />

com escolhas, organizações de elementos, decupando o<br />

real a partir de uma configuração de imaginário que condiga<br />

às estratégias de divulgação de determinado artista<br />

da música pop. Temos, portanto, um ponto de vista musical<br />

para aspectos do mundo.<br />

Para continuarmos nossas inferências sobre a atividade<br />

de analisar um videoclipe, precisamos dar conta de<br />

um conceito que serve de ajuda no momento de articular<br />

os elementos de ordem estética que se apresentam no audiovisual.<br />

Para isso, recorreremos a dois autores que propõem<br />

uma sistemática interessante na maneira com que<br />

se diz um videoclipe. São eles, Dominique Maingueneau<br />

e roland Barthes. De Maingueneau, podemos apreender<br />

o princípio de que o videoclipe é constituinte de um cenário<br />

enunciativo, “ao mesmo tempo condição e produto,<br />

ao mesmo tempo ‘na’ e ‘fora’ [da obra], essa cenografia<br />

constitui um articulador privilegiado da obra e do mundo”.<br />

(MaiNgUeNeaU, 2001, p. 121) o cenário enunciativo (ou<br />

a cenografia) de um videoclipe compreende, ao mesmo<br />

tempo, os elementos dispostos e que “encenam” a canção<br />

e de que forma esta encenação se articula ao mundo, ao<br />

contexto do artista pop e das gravadoras. estamos falando<br />

de coordenadas que servem de referências à enunciação:<br />

um protagonista da ação da linguagem (o artista pop) e<br />

sua ancoragem espacial e temporal. Cabe como princípio<br />

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