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Videoclipe: o elogio da desarmonia - Thiago soares 139<br />
quanto no maneirismo de corte ou das técnicas de fusão entre<br />
imagens (podendo falar, em contrapartida, de uma velocidade<br />
ou lentidão do ritmo do clipe). Portanto, falar em tempo no<br />
clipe pode estar relacionado ao tempo de duração da diegese<br />
da história que se conta ou do ritmo que se impõe a este clipe,<br />
estando, na maioria das vezes, o ritmo do clipe relacionado<br />
às técnicas de montagem deste vídeo. É importante perceber<br />
mecanismos de demonstração da passagem do tempo no videoclipe:<br />
as diluições ou supressões temporais, como forma de<br />
aceleração ou retardamento do ritmo na narrativa. elencamos<br />
também as técnicas de montagem (sobretudo as montagens<br />
paralelas, com duas ações acontecendo ao mesmo tempo e<br />
em espaços distintos) como elementos estéticos constituintes<br />
da noção de tempo no videoclipe. a montagem como artefato<br />
rítmico no videoclipe também vai ser decisiva não só na apreensão<br />
do tempo, mas, também, apresenta-se responsável por<br />
uma nova forma de “coreografar” o videoclipe.<br />
a funcionalidade destes conceitos que apresentamos<br />
depende tanto do quanto de informação o analista detém<br />
sobre o próprio videoclipe quanto do contexto artístico<br />
em que o clipe foi gerado. É essencial não perdermos a<br />
noção de que analisar um videoclipe é impor uma série de<br />
limites que visam orientar tal análise para a construção de<br />
uma articulação profícua entre os sistemas de representação<br />
do artista, dos conceitos gerados por este artista e<br />
do mundo. Quando propomos esta análise, temos consciência<br />
de que não estamos aprisionando significados, mas<br />
tentando captar de que forma os significados são construtos<br />
de ordem estética e cultural.<br />
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