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Videoclipe: o elogio da desarmonia - Thiago soares 133<br />

para analisar um videoclipe<br />

Qualquer iniciativa que se destina a propor uma<br />

grade metodológica de análise de algum objeto comunicacional<br />

compreende um feito perigoso. Perigoso porque<br />

estamos lidando, sobretudo, com um objeto (o videoclipe)<br />

que é amparado na idéia do hibridismo. O nosso desafio,<br />

neste capítulo, é propor uma sistemática de análise que<br />

consiga dar conta das características amorfas tão presentes<br />

no videoclipe e, ainda assim, fazê-la respeitando o<br />

fato de que, como já observou andrew goodwin, não se<br />

deve analisar o videoclipe de maneira formalista/isolacionista.<br />

Mas sim, entendendo que o signo disposto no videoclipe<br />

representa, antes, uma dinâmica que perpassa os<br />

modos de produção, realização e consumo deste objeto.<br />

Precisamos amparar nossas inferências recorrendo a uma<br />

série de teóricos que podem facilitar nosso acesso a uma<br />

sistemática que dê conta de todo o processo. assim, utilizaremos<br />

para compor a nossa proposta metodológica, os<br />

conceitos de Francis Vanoye e anne goliot-Lété, de Dominique<br />

Maingueneau e de roland Barthes.<br />

antes de começarmos a discorrer sobre nossa sistemática,<br />

precisamos entender o que significa analisar uma<br />

obra audiovisual. Segundo Vanoye e goliot-Lété, interpre-<br />

tar uma obra audiovisual é lhe impor limites, desconstruí-<br />

-la e reconstruí-la. Dessa forma, temos que ter a consciência<br />

despertada por Umberto eco de que a interpretação<br />

tem limites. Ela se configura no limite que é imposto. Podemos<br />

enumerar, de acordo com Vanoye e goliot-Lété, algumas<br />

normatizações interpretativas para o audiovisual:<br />

a) semântica, que remete aos processos de sentido que<br />

o “leitor” fomenta ao que lê ou ouve; b) crítica, que examina<br />

porque e como, no plano de organização estrutural,<br />

o texto produz sentido (sentido encarado como as conexões<br />

existentes entre o que se exprime e como se exprime);<br />

c) utilitária, que prevê o audiovisual como acesso<br />

a um contexto de produção da obra, podendo ser um instrumental<br />

para o analista pensar algo além da estrutura.<br />

Neste âmbito da interpretação, tenta se estabelecer conexões,<br />

conjecturas e hipóteses levantadas pelo analista<br />

e que serão respaldadas pelos signos em questão (entendendo<br />

que o signo pressupõe uma quebra de fronteiras<br />

entre texto e contexto). as três naturezas interpretativas<br />

do audiovisual, segundo Vanoye e goliot-Lété, servem de<br />

pontapé inicial da etapa marcadamente descritiva de toda<br />

análise. Descrever é, sistematicamente, entender sobre<br />

determinada tessitura de imagens, vislumbrando clareiras<br />

e brechas no que podemos chamar de “intervalos” de<br />

conceitos.<br />

Pensando especificamente o videoclipe, desconstruir<br />

um signo ou buscar uma interpretação de cunho utilitário<br />

é: a) buscar relações existentes entre o que está exposto<br />

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