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O Tronco<br />

Filmagem de O Tronco, de João Batista de<br />

Andrade – Pirenópolis, Goiás, 1998<br />

O ano de 1998 foi mais um daqueles momentos na carreira de Cida Moreira,<br />

em que sua agenda parecia não ter espaço para mais nada. No Brasil,<br />

ela continuou apresentando Na Trilha do Cinema e foi convidada pelo cineasta<br />

mineiro João Batista de Andrade para atuar em O Tronco, filme baseado no<br />

romance homônimo do escritor Bernardo Élis, que narra o episódio histórico<br />

conhecido como sexta-feira sangrenta, guerra passada no norte de Goiás,<br />

no início do século, entre coronéis e o governo central.<br />

O sempre politizado diretor que, desde 1969, no início de sua produção de<br />

longas, desejava filmar o roteiro, falou em seu escritório sobre o filme:<br />

Os coronéis do governo, para tentar controlar o domínio dos do norte, enviam<br />

um coletor muito cioso dos direitos humanos que assume efetivamente a<br />

região cobrando impostos. Além disso, ele é sobrinho de um dos principais<br />

coronéis do local, que fica duplamente furioso, é claro, afinal vê seu poder<br />

ameaçado, e ainda por um parente seu. A coletoria é incendiada e o governo<br />

resolve, então, mandar uma tropa que barbariza a região, só que os jagunços<br />

dos coronéis massacram o exército do governo que, por sua vez, mata os<br />

homens das famílias dos coronéis, presos num tronco, daí o nome do livro.<br />

Era uma madeira pesada daquelas onde se prendiam escravos.<br />

No elenco do filme, rodado em Pirenópolis, interior de Goiás, estavam com<br />

Cida os atores Rolando Boldrin, como coronel Pedro Melo 68 , Ângelo Antônio,<br />

como o coletor, Antônio Fagundes, Letícia Sabatella, Chico Dias, dentre outros.<br />

A gente ficou indo e voltando de Goiás, durante dois meses, uma loucura.<br />

Teve gente que foi e ficou lá na cidade. Eu adoraria ter podido fazer isso,<br />

mas não dava. A produção alugou umas casas lá, mas tive que ir picado.<br />

Fui umas sete, oito vezes, lembrou Cida, cujo papel era o de Aninha, esposa<br />

de Pedro Melo.<br />

Eu precisava de uma pessoa muito forte porque as mulheres nesse episódio<br />

tinham essa característica. Além de elas terem assumido toda a vila sozinhas<br />

depois que seus maridos foram mortos, foi a personagem da Cida que deu<br />

um basta naquele massacre todo. Ela encara de tal maneira o soldado que<br />

ameaça sua família, que ele a respeita e desiste de fazer qualquer coisa<br />

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