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A Canção Brasileira<br />

Após o final da minitemporada de A Voz da Mãe, outro convite intercalou-se<br />

à Ópera do Fim do Mundo e proporcionou a Cida Moreira um mergulho que<br />

se desdobraria em novos trabalhos para sua carreira. Ela foi chamada para<br />

integrar um projeto de retrospectiva da Música Popular Brasileira, o Vitrine<br />

MPB. A ideia era apresentar cinco repertórios diferentes, cada um ligado a<br />

duas décadas da história do nosso cancioneiro, e com uma particularidade:<br />

os shows seriam feitos nos principais shopping centers do País. Era uma<br />

grande proposta de resgate musical. A temporada teve início no Rio de Janeiro<br />

e, dentre outros artistas, participou também o pianista Arthur Moreira Lima.<br />

Para Cida coube o período compreendido pelos anos 1920 e 1940. Com o<br />

recital, ela viajou por doze cidades aproximadamente e foi nessa época que<br />

entrou em contato com o livro de modinhas brasileiras coletadas por Mário<br />

de Andrade. Não exatamente por conta dos shows, porque nesse projeto eu<br />

não cantava nenhuma das modinhas do Mário, mas o fato é que a cantora<br />

se interessou mais profundamente pela pesquisa de um repertório ligado às<br />

origens da música brasileira e acabou decidindo estudá-lo com mais critério.<br />

Como boa pesquisadora que é, Cida mergulhou no universo resgatado pelo<br />

poeta e musicólogo paulistano, dando origem ao processo de criação do seu<br />

espetáculo A Canção Brasileira que, posteriormente, transformou-se em<br />

Modinhas e Canções do Brasil. Ainda com o maestro Gil Reyes, começou<br />

a incluir algumas das músicas do projeto Vitrine MPB em seus shows de<br />

então, o que, de certa forma, ainda que não de modo sistemático ou consciente,<br />

seria também o embrião do próximo CD, Uma Canção pelo Ar (2003),<br />

cuja proposta é também apresentar um tema de cada gênero musical brasileiro,<br />

contemplando todas as principais fases da chamada MPB.<br />

Em A Canção Brasileira, havia algumas obras da Chiquinha Gonzaga,<br />

como Lua Branca. Fazíamos Melodia Sentimental e O Trenzinho do Caipira,<br />

do Villa-Lobos, e mesmo algumas que entrariam no CD em 2003, como Chuá,<br />

Chuá; Estrada do Sertão; e o choro Quem É. Nesta última, como a música é<br />

dividida em duas partes – a da mulher e, em resposta, a do homem – a Cida<br />

fazia as duas e no meio tinha uma brincadeira de ela anunciar: agora sou o<br />

212<br />

Coimbra, 2003

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