Taísa Ceratti Treptow - UFSM
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INTRODUÇÃO<br />
Na busca por uma melhor qualidade de vida, os consumidores procuram alimentos<br />
saudáveis e com características organolépticas diferenciadas no sabor e aroma, entretanto, isentos de<br />
resíduos agrícolas, o que denota a qualidade do alimento. A legislação brasileira é rigorosa quanto<br />
ao uso de agrotóxicos, pois aumentam as chances de câncer, toxicidade reprodutiva e desregulação<br />
endócrina aos consumidores (ANVISA, 2009). Apesar dos produtores aplicarem a campo, ainda<br />
assim podem ocorrer grandes perdas após o período da colheita, através da contaminação fúngica<br />
(SAUTTER, et al., 2008). A radiação ultravioleta do tipo C (UV-C) é uma opção tecnológica que<br />
tem sido pouco utilizada em alimentos, entretanto, favorece uma proteção segura para a saúde<br />
humana, pois não contamina o alimento atuando somente sobre a superfície do fruto. A UV-C<br />
interage diretamente sobre os patógenos evitando seu desenvolvimento nos frutos, e estimulando<br />
uma resposta que protege o fruto. Essa proteção é conferida pelas fitoalexinas, que são compostos<br />
de baixo peso molecular, sintetizados pelas plantas e que acumulam nas células vegetais em<br />
resposta ao elicitor. Esta síntese das fitoalexinas em plantas pode ser estimulada pelos elicitores<br />
bióticos ou abióticos (BERGAMIN FILHO; KIMATI; AMORIM, 1995, GABLER et al, 2010).<br />
Outro elicitor abiótico que pode causar alterações nas plantas e reduzir a vida de prateleira das frutas<br />
é o etileno, pois este fitormônio volátil pode servir como um segundo elicitor. Além disso, os<br />
tecidos vegetais quando submetidos a condições de estresse podem produzir etileno. As uvas, como<br />
fruto não-climatérico, no início do processo de maturação possuem um pequeno aumento na síntese<br />
de etileno (PAUL et al., 2012). Este aumento na produção de etileno favorece o aumento da taxa<br />
respiratória, perda de turgescência das bagas e senescência por desidratação da ráquis com<br />
consequentemente redução na vida de prateleira de uvas Vitis labrusca. A radiação UV-C como<br />
elicitor abiótico também provoca estresse na planta, que responde alterando o metabolismo<br />
secundário e como conseqüência as características físico-químicas e organolépticas. Apesar disso,<br />
os estudos buscam avaliar as características destes alimentos irradiados, como a textura, cor, aroma,<br />
sabor. O estímulo da irradiação UV-C sobre a síntese de aromas pode ser observado em frutas como<br />
melão e folhas de manjericão que detectaram, na grande maioria, ésteres e terpenos<br />
(LAMIKANRA; RICHARD; PARKER, 2002, IOANNIDIS, BONNER, JOHNSON 2002). O<br />
aumento no aroma do suco, geléia e vinhos provenientes de uvas irradiadas pode ser observado em<br />
trabalhos relacionados à análise sensorial, não sendo pesquisados os compostos voláteis que são<br />
alterados ou intensificados mediante a irradiação UV-C. Portanto, tendo em vista os possíveis<br />
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