31.07.2013 Views

Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Os conceitos acima foram expostos <strong>de</strong> maneira simplificada. Há evidências <strong>de</strong> várias formas<br />

<strong>de</strong> colaboração e interpenetração entre os ramos celular e humoral da imunida<strong>de</strong>. Entretanto,<br />

<strong>de</strong>ve ficar claro que as condições que evocam resposta <strong>de</strong> linfócitos T citotóxicos também<br />

costumam evocar resposta <strong>de</strong> tipo humoral; enquanto isso, os estímulos antigênicos que induzem<br />

primordialmente resposta humoral nem sempre evocam resposta <strong>de</strong> tipo citotóxico.<br />

Como assinalada, a imunida<strong>de</strong> humoral está vinculada aos linfócitos B que, após o estímulo<br />

do antígeno, se diferenciam em plasmócitos, com produção <strong>de</strong> imunoglobulinas.<br />

Há cinco classes <strong>de</strong> imunoglobulina: IgM, IgG, IgA, IgE e IgD. As imunoglobulinas funcionam<br />

como anticorpos <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a bloquear os antígenos que atingem o corpo, como os existentes em<br />

bactérias, vírus, toxinas, alérgenos e vacinas.<br />

A classe <strong>de</strong> Ig produzida <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da ida<strong>de</strong>, do tipo <strong>de</strong> antígeno, da sua via <strong>de</strong> introdução e<br />

da experiência ou não com o mesmo antígeno.<br />

Para que haja produção a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> imunoglobulinas é necessário haver interação <strong>dos</strong><br />

linfócitos B com os linfócitos T H . Estes secretarão linfocinas que estimularão a diferenciação <strong>de</strong><br />

linfócitos B em plasmócitos, bem como permitirão a troca <strong>de</strong> classe da imunoglobulina a ser<br />

produzida, <strong>de</strong> IgM (sem memória, timo-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte) para IgG (com memória, timo-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte).<br />

Desse modo, a resposta imunológica a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da cooperação entre múltiplos<br />

setores: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase inicial, com células apresentadoras <strong>de</strong> antígenos, que vão processá-los e<br />

apresentar epítopos aos linfócitos T H ; estes vão produzir linfocinas que estimularão todas as fases<br />

da resposta imune, inclusive os linfócitos B, para a produção <strong>de</strong> imunoglobulinas.<br />

Ainda mais, os anticorpos, em cooperação com as células chamadas NK (natural killer),<br />

atuam na lise das células infectadas com patógenos intracelulares.<br />

A IgA é uma imunoglobulina produzida principalmente nas mucosas, na tentativa <strong>de</strong> bloquear<br />

a a<strong>de</strong>rência e penetração <strong>dos</strong> microorganismos, <strong>de</strong>nominando-se então IgA-secretora. Existe também<br />

no soro e nos teci<strong>dos</strong>, sendo então <strong>de</strong>nominada IgA-sérica.<br />

A IgM é a primeira Ig a ser encontrada no sangue após a resposta imune, surgindo cerca <strong>de</strong><br />

sete a <strong>de</strong>z dias após o estímulo antigênico; po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tectada nos primeiros dias após as<br />

manifestações clínicas da doença, tem vida curta, e predomina na resposta primária. Na resposta<br />

secundária, após nova exposição ao mesmo antígeno, passa a predominar a IgG.<br />

A produção <strong>de</strong> IgG é fundamental para que haja memória imunológica, isto é, para que, após<br />

nova exposição ao mesmo antígeno, haja resposta rápida com elevada concentração <strong>de</strong> anticorpos.<br />

A IgG é a imunoglobulina <strong>de</strong> maior concentração plasmática, representando cerca <strong>de</strong> 80% do<br />

total das imunoglobulinas séricas. É subdividida em quatro subclasses (IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4).<br />

Os anticorpos das classes IgG1 e IgG3 são, em geral, timo-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e direciona<strong>dos</strong><br />

para antígenos protéicos. Atingem níveis séricos semelhantes aos do adulto aos dois anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

A IgG2 tem participação importante na proteção contra antígenos polissacarídicos e é timoin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

Só atinge níveis séricos semelhantes aos do adulto na adolescência.<br />

Os anticorpos da classe IgM não atravessam a placenta, motivo pelo qual o recém-nascido<br />

tem dificulda<strong>de</strong>s em se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r contra <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> microorganismos cuja proteção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ssa classe <strong>de</strong> imunoglobulina, tal como ocorre com as bactérias gram-negativas.<br />

Os anticorpos da classe IgG atravessam a placenta e conferem proteção passiva ao recémnascido<br />

contra muitas infecções virais e bacterianas que refletem a experiência imunológica materna.<br />

Essa proteção vai caindo gradualmente ao longo <strong>dos</strong> primeiros meses <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong>saparece até os<br />

15 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

FUNASA - abril/2001 - pág. 17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!