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Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

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15.1. Consi<strong>de</strong>rações gerais<br />

15. Vacina contra a influenza (gripe)<br />

Os vírus influenza causam infecção respiratória aguda (gripe), com febre alta <strong>de</strong> instalação<br />

súbita, calafrios, cefaléia, mal-estar, mialgia e tosse seca. Conjuntivite, dor abdominal, náusea<br />

e vômitos são freqüentes. O mal-estar po<strong>de</strong> persistir por vários dias. Po<strong>de</strong> ocorrer miosite, com dor<br />

muscular e dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ambulação.<br />

Os vírus influenza são ortomixovírus com três tipos antigênicos: A, B e C. O mais importante<br />

epi<strong>de</strong>miologicamente é o tipo A, capaz <strong>de</strong> provocar pan<strong>de</strong>mias, seguido do tipo B, responsável<br />

por epi<strong>de</strong>mias regionais. O tipo C está associado a casos isola<strong>dos</strong> ou pequenos surtos.<br />

Os vírus influenza A são por sua vez subclassifica<strong>dos</strong> por dois antígenos, a hemaglutinina<br />

(H) e a neuraminidase (N). Há três subtipos <strong>de</strong> hemaglutininas (H1, H2 e H3) e duas neuraminidases<br />

(N1 e N2).<br />

A imunida<strong>de</strong> a esses antígenos - especialmente à hemaglutinina - reduz a probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> infecção e diminui a gravida<strong>de</strong> da doença, quando ocorre.<br />

A infecção contra um subtipo confere pouca ou nenhuma proteção contra outros subtipos.<br />

Durante as epi<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> gripe aumentam as consultas médicas e as hospitalizações por<br />

infecções respiratórias agudas (IRAs). Entre as complicações que po<strong>de</strong>m ocorrer <strong>de</strong>stacam-se a<br />

pneumonia, viral ou bacteriana, e a síndrome <strong>de</strong> Reye, encefalopatia grave mais freqüente em<br />

escolares, geralmente associada com o uso <strong>de</strong> aspirina.<br />

As pessoas mais i<strong>dos</strong>as e aquelas com doenças <strong>de</strong> base correm maior risco <strong>de</strong><br />

complicações. A importância das infecções por influenza se torna maior à medida que a população<br />

passa a ter maior contingente <strong>de</strong> i<strong>dos</strong>os, <strong>de</strong>vido às melhores condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população<br />

geral.<br />

São também especialmente vulneráveis às complicações os pacientes imunocomprometi<strong>dos</strong><br />

como, por exemplo, os receptores <strong>de</strong> transplantes, os recém-nasci<strong>dos</strong> em UTIs e os pacientes com<br />

aids, mucovisci<strong>dos</strong>e, etc.<br />

Em intervalos periódicos aparecem subtipos totalmente novos (por exemplo, mudança <strong>de</strong><br />

H1 para H2), o que se <strong>de</strong>nomina mudança antigênica maior, responsável por pan<strong>de</strong>mias; mudanças<br />

antigênicas menores, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada subtipo, são causa <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mias anuais ou surtos regionais.<br />

As cepas são <strong>de</strong>scritas segundo o lugar geográfico on<strong>de</strong> foram isoladas, o número do<br />

cultivo e o ano <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação. Por exemplo, A/Hong Kong 1/68 foi responsável, no passado, por<br />

uma pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proporções.<br />

A proteção conferida pelas vacinas contra influenza em indivíduos sadios contra cepas<br />

homólogas (isto é, com os mesmos subtipos) é <strong>de</strong> aproximadamente 75%, com uma variação <strong>de</strong><br />

50 a 95%. A duração da proteção é curta, menos <strong>de</strong> um ano, obrigando a revacinações anuais.<br />

Em pacientes imunocomprometi<strong>dos</strong> e i<strong>dos</strong>os, a eficácia é menor.<br />

Os da<strong>dos</strong> sobre eficácia, reatogenicida<strong>de</strong> e segurança das vacinas contra gripe em<br />

crianças com menos <strong>de</strong> seis meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> são insuficientes, não se recomendando, então, o seu<br />

uso nessa faixa etária.<br />

FUNASA - abril/2001 - pág. 79

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