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Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

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Muitas vezes a indicação <strong>de</strong> imunização passiva <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> falha no cumprimento do calendário<br />

vacinal <strong>de</strong> rotina, por exemplo, após ferimentos (tétano) ou aci<strong>de</strong>ntes por instrumentos pérfurocortantes<br />

em hospitais (hepatite B).<br />

A imunização passiva po<strong>de</strong> prejudicar a eficácia da imunização ativa, às vezes durante muitos<br />

meses. Entretanto, em certas situações <strong>de</strong> alto risco, indica-se a imunização ativa e passiva<br />

simultaneamente.<br />

As vacinas po<strong>de</strong>m ser vivas ou não-vivas.<br />

As vacinas vivas são constituídas <strong>de</strong> microorganismos atenua<strong>dos</strong>, obtidas através da seleção<br />

<strong>de</strong> cepas naturais (selvagens) e atenuadas através <strong>de</strong> passagens em meios <strong>de</strong> cultura especiais, ou<br />

em diversos hospe<strong>de</strong>iros, ou por manipulação genética, servindo <strong>de</strong> exemplos as vacinas contra<br />

poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela. Como provocam infecção similar à natural,<br />

têm em geral gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> protetora com apenas uma <strong>dos</strong>e e conferem imunida<strong>de</strong> a longo<br />

prazo, possivelmente por toda a vida.<br />

A repetição das <strong>dos</strong>es <strong>de</strong> vacina oral contra a poliomielite (VOP) <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que há na<br />

vacina três tipos <strong>de</strong> vírus, ocorrendo interferência entre eles durante o processo <strong>de</strong> infecção vacinal<br />

no intestino, não se conseguindo imunida<strong>de</strong> contra os três tipos <strong>de</strong> vírus com apenas uma <strong>dos</strong>e. A<br />

repetição da vacina contra o sarampo <strong>de</strong>ve-se, em parte, ao fato <strong>de</strong> que a imunida<strong>de</strong> adquirida<br />

passivamente da mãe, durante o primeiro ano <strong>de</strong> vida, prejudica a imunização ativa contra o<br />

sarampo, não se conseguindo mais do que cerca <strong>de</strong> 90% <strong>de</strong> proteção quando a vacina é aplicada<br />

aos nove meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

A) A) As As vacinas vacinas vacinas não-vivas não-vivas não-vivas são são obtidas obtidas <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> diversos diversos mo<strong>dos</strong>:<br />

mo<strong>dos</strong>:<br />

• microorganismos inteiros inativa<strong>dos</strong> por meios físicos ou químicos, geralmente o formal<strong>de</strong>ído,<br />

<strong>de</strong> tal forma que per<strong>de</strong>m sua capacida<strong>de</strong> infecciosa, mas mantêm suas proprieda<strong>de</strong>s<br />

protetoras. Exemplos: vacina celular contra a coqueluche, vacina inativada contra a poliomielite,<br />

vacina <strong>de</strong> vírus inteiros contra a influenza.<br />

• produtos tóxicos <strong>dos</strong> microorganismos, também inativa<strong>dos</strong>. Exemplos: vacinas contra o tétano<br />

e a difteria.<br />

• vacinas <strong>de</strong> subunida<strong>de</strong>s ou <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> microorganismos. Exemplo: alguns tipos <strong>de</strong><br />

vacina contra a influenza.<br />

• vacinas obtidas através da i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> componentes <strong>dos</strong> microorganismos responsáveis<br />

tanto pela agressão infecciosa quanto pela proteção. Os componentes que sejam tóxicos<br />

são inativa<strong>dos</strong>. Exemplo: vacina acelular contra a coqueluche, que é formulada em<br />

combinação com os toxói<strong>de</strong>s tetânico e diftérico (DTPa).<br />

• vacinas obtidas por engenharia genética, em que um gene do microorganismo que codifica<br />

uma proteína importante para a imunida<strong>de</strong> é inserido no genoma <strong>de</strong> um vetor vivo que, ao se<br />

multiplicar, produzirá gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s do antígeno protetor. Exemplo: vacina contra a<br />

hepatite B.<br />

• vacinas que, ao contrário <strong>de</strong> todas as outras - incluindo componentes protéicos ou sendo<br />

constituída por eles -, são polissacarí<strong>de</strong>os extraí<strong>dos</strong> da cápsula <strong>de</strong> microorganismos invasivos<br />

como o pneumococo e o meningococo. Por não estimularem imunida<strong>de</strong> celular, timo<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />

não protegem crianças com menos <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e a sua proteção é <strong>de</strong><br />

curta duração (poucos anos). Induzem pouca ou nenhuma memória imunológica, isto é, a<br />

imunida<strong>de</strong> em geral não aumenta com a repetição das <strong>dos</strong>es.<br />

FUNASA - abril/2001 - pág. 22

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