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Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

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9. Vacina <strong>de</strong> vírus inativa<strong>dos</strong> contra a poliomielite<br />

9.1. Consi<strong>de</strong>rações gerais<br />

Des<strong>de</strong> o final da década <strong>de</strong> 40, passou a ser cogitada e discutida a imunização ativa<br />

contra a poliomielite. No entanto, somente em 1954 surgiu a primeira vacina contra essa doença,<br />

constituída por vírus inativa<strong>dos</strong> pelo formal<strong>de</strong>ído (VIP), <strong>de</strong>nominada vacina Salk. Nos EUA, a VIP foi<br />

liberada para uso irrestrito em 1955, sendo empregada largamente até 1961, com gran<strong>de</strong> impacto<br />

sobre a incidência da poliomielite no País. Nesse ano, foi licenciada para uso nos EUA a vacina<br />

oral contra a poliomielite (VOP), constituída por vírus vivos atenua<strong>dos</strong>, também conhecida como<br />

vacina Sabin.<br />

No Brasil, a VOP tem sido utilizada rotineiramente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1962. Altas coberturas vacinais,<br />

porém, só foram obtidas a partir <strong>de</strong> 1980, quando foi instituído o programa paralelo e complementar<br />

conhecido pelo nome <strong>de</strong> “dias nacionais <strong>de</strong> vacinação contra a poliomielite”, com vacinação<br />

em massa <strong>de</strong> toda a população com menos <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, em dois dias do ano,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do estado vacinal prévio.<br />

Pela facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> administração, eficácia, incidência mínima <strong>de</strong> eventos adversos e baixo<br />

custo, a VOP é a vacina recomendada pela OMS e pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> do Brasil para uso <strong>de</strong><br />

rotina e em campanhas ou bloqueios vacinais. É capaz <strong>de</strong> induzir forte imunida<strong>de</strong> intestinal, bloqueando<br />

a circulação do vírus selvagem da poliomielite. Ao circular na comunida<strong>de</strong>, nos<br />

comunicantes <strong>dos</strong> vacina<strong>dos</strong>, promove imunização coletiva. É com essa vacina que se eliminou a<br />

poliomielite das Américas.<br />

Por outro lado, tornou-se mais numeroso, nos últimos anos, o contingente <strong>de</strong> crianças<br />

imunocomprometidas, em virtu<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong> imuno<strong>de</strong>pressores e da epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> aids. Nessas<br />

crianças, a VOP po<strong>de</strong> ter risco maior <strong>de</strong> provocar poliomielite.<br />

Estudo com 221 crianças com infecção perinatal pelo HIV e vacinadas com VOP não<br />

mostrou casos <strong>de</strong> pólio vacinal ou outros eventos adversos. Entretanto, nos casos <strong>de</strong> aids, admitese<br />

que o risco <strong>de</strong> pólio vacinal é maior, indicando-se a vacina inativada em vez da vacina viva.<br />

A vacina inativada atual é <strong>de</strong> potência aumentada em relação à que se usou inicialmente,<br />

sendo eficaz e segura. Não provoca pólio vacinal. Não se usa em larga escala por ser injetável,<br />

exigir múltiplas <strong>dos</strong>es <strong>de</strong> reforço, não bloquear a transmissão intestinal do vírus selvagem, não<br />

proteger os comunicantes <strong>dos</strong> vacina<strong>dos</strong> e ser mais onerosa do que a vacina oral.<br />

9.2. Composição e apresentação<br />

Vacina trivalente, <strong>de</strong> potência aumentada, cujos poliovírus <strong>dos</strong> tipos 1, 2 e 3 são cultiva<strong>dos</strong><br />

em culturas <strong>de</strong> células <strong>de</strong> rim <strong>de</strong> macaco, em células diplói<strong>de</strong>s humanas, ou em células VERO,<br />

inativa<strong>dos</strong> por formal<strong>de</strong>ído. É apresentada sob a forma <strong>de</strong> solução injetável, contendo uma <strong>dos</strong>e.<br />

9.3. Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação<br />

A partir <strong>de</strong> dois meses.<br />

9.4. Via <strong>de</strong> administração<br />

Intramuscular ou subcutânea.<br />

FUNASA - abril/2001 - pág. 57

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