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Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

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5.1. Vacina contra a varicela<br />

A varicela é habitualmente uma infecção benigna na infância, embora possam ocorrer<br />

complicações piogênicas da pele ou, até mesmo, complicações mais graves, tais como ataxia<br />

cerebelar, meningoencefalite e mielite transversa. Em pacientes com imunocomprometimento, a<br />

varicela po<strong>de</strong> provocar infecções graves e progressivas, com alta mortalida<strong>de</strong>.<br />

As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> risco com a vacina contra varicela são: transmissibilida<strong>de</strong> a<br />

comunicantes domiciliares ou hospitalares, aparecimento <strong>de</strong> exantemas em vacina<strong>dos</strong> e reativação<br />

sob a forma <strong>de</strong> zóster. Não se confirmou a hipótese <strong>de</strong> que a vacina contra varicela possa provocar<br />

agravamento das doenças <strong>de</strong> base.<br />

Os estu<strong>dos</strong> sobre a imunização <strong>de</strong> crianças HIV-positivas ainda são incompletos. É provável<br />

que seja eficaz e segura, pelo menos nos HIV-positivos assintomáticos. Resulta<strong>dos</strong> preliminares <strong>de</strong><br />

estu<strong>dos</strong> em andamento indicam que é segura e eficaz em pacientes HIV-positivos assintomáticos<br />

ou oligossintomáticos (CDC,1999).<br />

Em um estudo, a vacinação <strong>de</strong> 23 crianças urêmicas, dois meses ou mais antes da<br />

realização <strong>de</strong> transplante renal, foi bem tolerada e com soroconversão em 87% <strong>de</strong>las, com apenas<br />

uma <strong>dos</strong>e da vacina.<br />

A vacinação <strong>de</strong> crianças leucêmicas po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que respeita<strong>dos</strong> os critérios <strong>de</strong><br />

indicação. Recomenda-se suspen<strong>de</strong>r toda a quimioterapia durante uma semana antes e uma semana<br />

<strong>de</strong>pois da data da aplicação da primeira <strong>dos</strong>e e o uso <strong>de</strong> corticosterói<strong>de</strong>s durante duas semanas após.<br />

A reativação do vírus vacinal, sob a forma <strong>de</strong> herpes zóster, em imunocomprometi<strong>dos</strong>, é<br />

menos freqüente do que se observa nos indivíduos que tiveram a infecção natural. O mesmo<br />

ocorre em pessoas imunocompetentes vacinadas.<br />

O evento adverso mais comum pós-imunização é o aparecimento <strong>de</strong> exantema. Outros<br />

eventos adversos foram relata<strong>dos</strong> mais raramente: plaquetopenia em 5% <strong>dos</strong> casos, neutropenia e<br />

sintomas respiratórios altos.<br />

O exantema po<strong>de</strong> surgir em aproximadamente 7% das crianças e em 8% <strong>dos</strong> adolescentes<br />

e adultos sadios vacina<strong>dos</strong>. Entre 8.900 crianças sadias estudadas, 3,4% apresentaram exantema<br />

similar ao da varicela no local <strong>de</strong> aplicação da vacina, tendo em média duas lesões, que surgiram<br />

em geral 8 a 19 dias após a vacinação; 3,8% tiveram exantema não-localizado, também<br />

variceliforme, com cerca <strong>de</strong> cinco lesões, que apareceu em geral 5 a 26 dias <strong>de</strong>pois da vacinação.<br />

O vírus vacinal raramente é isolado <strong>de</strong>ssas lesões e o risco <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> varicela vacinal é<br />

baixo, inferior a 1%. Este tipo <strong>de</strong> transmissão só ocorre se houver exantema.<br />

Em crianças leucêmicas vacinadas a intensida<strong>de</strong> do exantema e o risco <strong>de</strong> transmissão é<br />

maior. No Estudo Colaborativo da Vacina Contra Varicela <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> (ECVV), o exantema<br />

surgiu em 5% das 64 crianças leucêmicas que não estavam mais recebendo quimioterapia e em<br />

50% das 511 que estavam ainda em terapêutica <strong>de</strong> manutenção. Algumas crianças (5%)<br />

apresentaram evolução arrastada do exantema, com duração aproximada <strong>de</strong> dois meses. Os<br />

exantemas foram muito menos freqüentes após a segunda <strong>dos</strong>e da vacina.<br />

A freqüência <strong>dos</strong> exantemas po<strong>de</strong> variar, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da intensida<strong>de</strong> do tratamento<br />

quimioterápico e <strong>de</strong> outros fatores.<br />

O exantema após a vacinação <strong>de</strong> crianças leucêmicas é geralmente maculopapular e<br />

vesicular e po<strong>de</strong>, às vezes, assemelhar-se a uma forma leve <strong>de</strong> varicela. A maioria das lesões é<br />

maculopapular, mas nos casos mais intensos, po<strong>de</strong>m predominar as vesiculares.<br />

FUNASA - abril/2001 - pág. 40

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