31.07.2013 Views

Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

Manual dos Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

4.8. Vacina contra o pneumococo<br />

4.8.1. Eficácia em pessoas imunocompetentes<br />

A vacina contra pneumococo atual inclui 23 sorotipos diferentes <strong>de</strong> Streptococcus<br />

pneumoniae, sendo constituída por antígenos polissacarídicos extraí<strong>dos</strong> da sua cápsula. Estes<br />

abrangem cerca <strong>de</strong> 90% <strong>dos</strong> sorotipos prevalentes em infecções pneumocócicas em vários países,<br />

inclusive da América Latina. Induz anticorpos que aumentam a opsonização, a fagocitose e a<br />

<strong>de</strong>struição <strong>dos</strong> pneumococos pelos leucócitos e outras células fagocíticas.<br />

Duas a três semanas após a vacinação, há um aumento <strong>de</strong> duas vezes ou mais na<br />

concentração <strong>de</strong> anticorpos tipo-específicos em 80% <strong>dos</strong> adultos jovens. Entretanto a resposta<br />

po<strong>de</strong> não ser igual para to<strong>dos</strong> os 23 sorotipos. Ainda não está <strong>de</strong>finido o nível <strong>de</strong> anticorpos que<br />

confere proteção.<br />

Talvez mais importante do que medir o nível <strong>de</strong> anticorpos seja avaliar a sua qualida<strong>de</strong><br />

funcional, por exemplo, por medições da sua avi<strong>de</strong>z para com os antígenos pneumocócicos e da<br />

ativida<strong>de</strong> opsonofagocítica.<br />

Os polissacarí<strong>de</strong>os capsulares induzem resposta imunológica por mecanismos T-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Desse modo, não induzem boa proteção em crianças com menos <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

A resposta a alguns sorotipos freqüentes em crianças, por exemplo, 6A e 14, também é<br />

baixa em crianças com dois a cinco anos.<br />

As respostas <strong>de</strong> anticorpos ocorrem, mas são mais baixas entre os i<strong>dos</strong>os, pacientes com<br />

cirrose, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes melito insulino-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. As pessoas <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> dois anos com asplenia anatômica ou funcional geralmente respon<strong>de</strong>m a<strong>de</strong>quadamente<br />

à vacinação contra pneumococo.<br />

Como regra geral, po<strong>de</strong>-se dizer que a vacina contra pneumococo em adultos jovens<br />

imunocompetentes confere boa proteção tipo-específica. Em pessoas i<strong>dos</strong>as, os resulta<strong>dos</strong> <strong>dos</strong><br />

diversos estu<strong>dos</strong> têm sido conflitantes, nem sempre com resulta<strong>dos</strong> positivos. Em estudo realizado<br />

pelo CDC houve obtenção <strong>de</strong> proteção sorotipo-específica <strong>de</strong> 44 a 61% <strong>de</strong> vacina<strong>dos</strong> com 65<br />

anos ou mais.<br />

Os níveis <strong>de</strong> anticorpos diminuem após cinco a <strong>de</strong>z anos, e essa queda é mais rápida em<br />

alguns grupos do que em outros. Não há resposta anamnéstica com a revacinação, como ocorre<br />

com os antígenos T-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

4.8.2. Eficácia em pacientes imunocomprometi<strong>dos</strong><br />

As respostas <strong>de</strong> anticorpos à vacinação contra o pneumococo em pacientes<br />

imunocomprometi<strong>dos</strong> (por exemplo com leucemia, linfoma ou mieloma múltiplo) são freqüentemente<br />

diminuídas ou ausentes. O mesmo ocorre em pacientes com síndrome nefrótica insensível ao<br />

tratamento com corticosterói<strong>de</strong>s.<br />

Pacientes em uso <strong>de</strong> corticosterói<strong>de</strong>s, esplenectomiza<strong>dos</strong> que não estejam em uso <strong>de</strong><br />

imunossupressores, pacientes com doenças reumatológicas crônicas ou insuficiência renal crônica,<br />

ou síndrome nefrótica sensível ao tratamento com corticosterói<strong>de</strong>s, têm resposta ligeiramente menor<br />

à vacinação contra pneumococo.<br />

Em pacientes com doença <strong>de</strong> Hodgkin, a resposta <strong>de</strong> anticorpos é melhor se a vacinação<br />

for feita antes <strong>de</strong> esplenectomia, irradiação ou quimioterapia. Entretanto, durante a quimioterapia,<br />

os anticorpos obti<strong>dos</strong> pela vacinação po<strong>de</strong>m diminuir.<br />

FUNASA - abril/2001 - pág. 34

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!