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Marcele Regina Nogueira Pereira - Unirio

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discussão acerca dos métodos de ensino e também da organização dos museus escolares<br />

nos deparamos com a proposta do autor que incentiva a criação de coleções apenas de<br />

estudos. Acreditamos que essa atitude seja reflexo das possíveis dificuldades para a<br />

criação de um museu na escola, e que aponta para as diversas limitações impostas para a<br />

criação dos museus escolares; fato identificado pelo próprio defensor da ideia.<br />

111<br />

Na maioria dos casos, as nossas escolas – mesmo as da capital da República – estão<br />

longe de possuir o espaço indispensável a um museu escolar digno desse nome.<br />

Recomendamos por esse e por muitos outros motivos que a escola não tenha um<br />

museu, mas possua uma coleção de estudo (ROQUETTE-PINTO, 1942, p. 60).<br />

Já o relatório de Bertha Lutz, de 1932, nos museus americanos, com o intuito de<br />

observar os setores educativos, apresenta uma breve, porém significativa, abordagem<br />

dos museus escolares. É importante afirmar que neste texto, Bertha se refere aos museus<br />

escolares com uma perspectiva negativa, seu texto ressalta os aspectos que, em sua<br />

opinião, contribuem para o insucesso desta iniciativa. Bertha conhecia a realidade dos<br />

museus escolares brasileiros apoiados pelo Museu Nacional. A autora se refere às<br />

escolas que receberam os materiais para a exposição como sendo lugares sem condições<br />

técnicas de manter tais coleções e, em seu relato de visita as unidades do Estado de<br />

Minas Gerais, ressalta que duas conseguiram utilizar os materiais. Diante deste fato,<br />

corrobora com as opiniões dos americanos que viam nos museus escolares uma prática<br />

regressiva.<br />

Para Bertha,<br />

Se o museu escolar não for dirigido por técnico muito capaz, degenera em coleção<br />

de curiosidades composta de espécimes sem nexo. Percorrendo várias escolas do<br />

Distrito Federal, tive a confirmação deste modo de ver. Filio-me à escola que<br />

proscreve inteiramente os museus escolares (LUTZ, 1932, p. 98).<br />

A análise de Simona Nisan (2008) se refere aos museus históricos e pedagógicos,<br />

que na segunda metade do século XX surgem na cidade de São Paulo. Em seu trabalho,<br />

discute a função educadora destes espaços e dá ênfase a atuação de Stein, 49 grande<br />

idealizador dos museus e da rede de museus históricos e pedagógicos de São Paulo. Sua<br />

49 Vinício Stein Campos (1908-1990) foi diplomado em Pedagogia, em 1932, em Santa Bárbara d'Oeste,<br />

onde lançou o semanário O Constitucionalista. Sócio do IHGSP (1952-1990). Diretor da Divisão de<br />

Museus, da Coordenadoria do Patrimônio Cultural, da Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo do<br />

Governo do Estado de São Paulo, Conselheiro do Condephaat, membro da Associação dos Cavaleiros de<br />

São Paulo, do Atheneu Paulista de História e do Centro de Ciências, Letras e Artes e da Academia<br />

Campinense de Letras. Autor de Elementos de Museologia (ca. 1970).

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