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Marcele Regina Nogueira Pereira - Unirio

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interesse do público por seus atrativos pedagógicos. Durante o período em que Dewey<br />

publicava suas impressões sobre as relações do museu com as escolas, e contribuía com um<br />

avanço na perspectiva de pensar os museus como locus de experimentações. Por isso, aliado<br />

às metodologias escolares que se utilizaram deste arcabouço de possibilidades para lidar com<br />

temas diretamente ligados à vida e à sociedade, os museus investiam em ideias a respeito de<br />

seu potencial educativo e neste assunto os museus americanos tomam a frente nas discussões.<br />

Segundo E. P. Alexander (1997), os Estados Unidos foram e serão referência no campo<br />

das reflexões acerca da relação entre os museus e a educação. Alexander faz referência aos<br />

autores deste cenário como inovadores e pioneiros. Fato é que, em 1899, quando foi criado o<br />

Museu do Brooklin Children's e, em 1909, o Museu de Newark estes já reconheciam o<br />

potencial da educação progressista para as atividades educacionais nos museus. A importância<br />

dos museus americanos para o fortalecimento do campo de atuação da educação em museus<br />

pode ser averiguada pela forte influência que as ações e pesquisas desenvolvidas por este país<br />

possuem em outros países do mundo. Por exemplo, podemos citar como resultado desta<br />

influência norte-americana o relatório da cientista, antropóloga e naturalista do Museu<br />

Nacional do Rio de Janeiro, Bertha Lutz. Esta autora é agraciada com um prêmio da viagem<br />

oferecida pela Carnegie Corporation e Endowment for International Peace, por intermédio da<br />

União Pan Americana e da Associação Americana de Museus e decide fazer um roteiro cujo<br />

percurso inclui a visitação de 58 museus americanos e a análise do setor educativo destas<br />

instituições. Este trajeto é realizado, em 1932, e Bertha Lutz retorna ao Brasil com um rico<br />

material coletado que vai compor o relatório denominado a Função Educativa dos Museus.<br />

Este material será analisado com maior profundidade no capítulo III desta dissertaçaõ, onde<br />

abordaremos a funcionalidade educativa pretendida pelos museus.<br />

Outro exemplo, em 1913, John Cotton Dana, na ocasião diretor do Museu de Newark,<br />

envia L. Conelly para uma espécie de expedição aos Estados Unidos para compreender e até<br />

mesmo aprender como se fazia educação nos museus americanos. O relatório da viagem<br />

indica fortemente o caráter progressista da educação nos museus, além do forte papel da<br />

experiência, e nesse caso das teorias de John Dewey para a compreensão do potencial dos<br />

museus.<br />

Em 1935, Venâncio Filho também relata sua experiência de visita aos Estados Unidos,<br />

quando retorna de uma excursão, impressionado com a importância que se dava no campo da<br />

educação aos museus daquele país (LOPES, 1991), escrevendo depois desta experiência,<br />

artigos sobre a Educação em Museus (VÊNANCIO, 1939).<br />

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