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Marcele Regina Nogueira Pereira - Unirio

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considera que o MHN surge pautado em uma pedagogia voltada para a evolução da sociedade<br />

e o progresso da nação, exemplo disso é o fato de receber o título de “casa do Brasil” e<br />

“catedral do civismo” com o objetivo de formar cidadãos e construir uma memória nacional,<br />

difundindo a nação valores civilizados, e devendo também facilitar a vida escolar.<br />

O artigo de Telles (1997) intitulado “Mostrar, estudar, celebrar – apontamentos sobre a<br />

história das atividades educativas no Museu Histórico Nacional, 1922 – 1968”, apresenta-nos<br />

uma análise sobre a função pedagógica dos museus e afirma que estes espaços nascem com<br />

função de “ensinar”, mostrando a população, as noções de progresso e civilização. Segundo<br />

Telles, a noção de “ensinamento” pode ser percebida nas exposições de longa duração dos<br />

museus, que invariavelmente são associadas ao principio ligado à história natural e mais tarde,<br />

com a criação do Museu Histórico Nacional, a história pátria com o objetivo de refletir o<br />

progresso e a civilização da nação através do olhar para o passado. A simbologia era própria<br />

para ensinar ao povo os valores nacionais e é utilizada seguindo as bases de uma pedagogia<br />

cívica (TELLES, 1997, p. 192). A pedagogia cívica pode ser encontrada nos museus e nas<br />

exposições universais de forma bem definida, pois reflete o movimento de construção de<br />

identidades nacionais, se posiciona como propagadora de ideologias contribuindo com a<br />

construção de sociedades civilizadas. Países como a Inglaterra e a França, configuram-se<br />

como pioneiros neste processo em prol da civilização e do progresso e eram considerados<br />

mais avançados e civilizados se comparados à barbárie e ao acanhamento técnico de outras<br />

nações. A função precípua dos museus, diante desta conjuntura e pensamento evolucionista de<br />

superioridade das raças e das nações, seria a perpetuação e a transmissão dos valores forjados<br />

nas festas em prol de progresso e civilização. O Museu Histórico nacional cumpre este papel<br />

com maestria.<br />

Nas palavras de <strong>Regina</strong> Abreu, “num museu de História, a educação assumiria um fim<br />

prático visando principalmente à formação da consciência patriótica” (ABREU, 1996, p. 186).<br />

Os agentes auxiliares do Estado Novo, entre eles o MHN, desempenhando as funções de<br />

aliados políticos garantiam o espaço necessário para a construção de uma consciência<br />

patriótica, como aponta Abreu. Principalmente quando o Estado objetiva por em prática, por<br />

intermédio das funções básicas do museu, entre elas a educação, a transformação de<br />

habitantes de um território em cidadãos referenciados à nação, como constitutivo básico de<br />

suas identidades. A formação da consciência cívica seria realizada por meio da construção de<br />

narrativas expositivas com ênfase nos episódios mais importantes e dos exemplos mais<br />

significativos de principais vultos do passado glorificado do país. “Gustavo Barroso, no<br />

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