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Marcele Regina Nogueira Pereira - Unirio

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determos nos princípios destes encontros e de seus resultados, destacando em que medida as<br />

práticas educacionais auxiliam nesta tarefa assumida pelos profissionais de museus, é<br />

importante ver algumas teorias e práticas educacionais que foram absorvidas, em certa<br />

medida, e em alguns casos, de forma mesmo intuitiva, sem estudos regulares que comprovem<br />

o uso como metodologias, mas facilmente podem ser percebidas como frequentes no universo<br />

museal brasileiro.<br />

Algumas correntes educacionais começam, a partir da segunda metade do século XX, a<br />

veicular perspectivas educacionais voltadas para as questões sociais e com caráter “inclusivo”<br />

dos ditos “excluídos” da sociedade. Deixando de fora de nossa discussão o aprofundamento<br />

acerca dos termos incluídos e excluídos, 27 mantemos nossa análise nas práticas educativas<br />

denominadas de educação popular, educação social e práticas socioeducativas. Essas<br />

expressões surgem para que a educação possa ser compreendida para além daquela voltada<br />

para os grupos que cumprem a seriação da escola formal e por isso mantêm-se dentro do<br />

esperado, do ponto de vista da relação escolarizada da sociedade. Esta proposta de educação é<br />

pensada para todos os demais, que por motivos diversos não integram ou deixaram de<br />

integrar, este sistema seriado regular, e que, portanto, necessitam de uma inclusão<br />

educacional, ou melhor, socioeducacional.<br />

Para compreender melhor o conceito de Educação Social é necessário mergulhar um<br />

pouco na gênese e trajetória deste conceito para, em linhas gerais, apontar sua contradição.<br />

Segundo Marlene Ribeiro (2006), esse conceito explicita sua maior contradição ao anexar<br />

uma qualidade ou atributo – social – que é inerente à substância ou conceito “educação”. Se o<br />

social, como o mundo de relações em que se efetuam os processos de sociabilidade, é o<br />

substrato no qual se realiza a educação, como entender que esta ocupe o lugar do substantivo<br />

ou daquele que é adjetivado na expressão “educação social”? (RIBEIRO, 2005). Ainda<br />

segundo Ribeiro (2006), o conceito de educação social está indissociavelmente vinculado ao<br />

de exclusão. Para a autora é uma resposta afirmativa e adequada aos desafios enfrentados pela<br />

educação social no enfrentamento do debate sobre: a educação que queremos oferecer as<br />

crianças, adolescentes e adultos que são excluídos da escola e também de dentro da escola;<br />

excluídos das oportunidades de emprego; excluídos da posse das terras; das instituições<br />

sociais. Diante destes enfrentamentos, a autora nos coloca a seguinte questão: “seriam os<br />

educadores formados por instituições regulares de ensino, dentro dos princípios, objetivos,<br />

27 Para um aprofundamento das discussões acerca dos conceitos de “incluídos” e “exclusões” ver RIBEIRO,<br />

1999.<br />

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