Marcele Regina Nogueira Pereira - Unirio
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1948, p. 34). Assim as contribuições de Venâncio Filho, Edgar Sussekind de Mendonça,<br />
de Rui Barbosa, de Sigrid Porto de Barros, de Bertha Lutz, de Franz Boas, de John<br />
Dewey, <strong>Regina</strong> Real e outros são fundamentais para a consolidação das ideias<br />
educacionais nos museus. Permitem aos profissionais da educação e aos profissionais<br />
dos museus compreenderem o espaço museal para além da dimensão educativa que<br />
possui e contribuem para que os museus assumam a educação como uma de suas<br />
principais funções. A partir das reflexões propostas por estes autores esse espaço passa a<br />
ser efetivamente um local onde se exerce e pratica a educação, com diferenciados<br />
pontos de vista e com métodos e concepções adequados a realidade museal em<br />
construção. Cada autor dá ênfase a um aspecto da educação e destaca a importância para<br />
o campo dos museus. Sugerem inclusive como as duas áreas de conhecimento podem<br />
desfrutar dos benefícios de seguirem atuando em conjunto, como nos indica, por<br />
exemplo, a monografia de Sussekind de Mendonça (1948). A ênfase dada por cada<br />
autor segue, obviamente a sua linha de atuação e nesse caso é importante perceber como<br />
o tema da educação em museus surge e destaca sua especificidade dentro deste universo<br />
museal. Neste caso podemos citar Franz Boas (1905), que em pequena carta disserta<br />
sobre o valor fundamental da educação para os assuntos do museu e enfatiza o poder<br />
que os museus possuem, uma vez que podem influenciar e manipular tendências<br />
científicas.<br />
As discussões sobre educação em museus, principalmente nas primeiras décadas<br />
do século XX, têm origem nas práticas americanas. O trabalho produzido por Bertha<br />
Lutz aponta alguns aspectos desta originalidade nas discussões propostas ainda na<br />
década de 1930, sobre estudos de público, sobre a pedagogia dos museus, sobre o papel<br />
das mulheres nestes espaços, educação visual, entre outros. Dessa forma, destacamos a<br />
necessidade de reflexões acerca das relações estabelecidas entre os museus americanos<br />
e outros museus, principalmente os brasileiros, com destaque para a sua influência nas<br />
práticas educativas. No entanto, essas práticas americanas de educação em museu<br />
apenas influenciaram a institucionalização do atendimento às escolas em museus no<br />
Brasil. Não percebemos em nossa análise nenhuma outra influência ao Museu Nacional<br />
acerca dos avanços propostos pelos museus americanos estudados por Bertha Lutz<br />
(1932). Todos os aspectos destacados de atuação da Seção de Assistência ao Ensino do<br />
Museu Nacional destoam das técnicas e inovações propostas pelo estudo de Bertha Lutz<br />
que, já na década de 1930, aponta para o investimento nas relações apoiadas na<br />
dimensão socioeducativa.<br />
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