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Proposta do Andes para a Universidade Brasileira - ADUR-RJ

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questão da democratização da universidade quanto por um processo de avaliação da sua<br />

produção e <strong>do</strong> seu papel na sociedade.<br />

O ANDES-SN considera essencial a avaliação da universidade, sem, no entanto,<br />

reduzi-la a uma mera constatação quantitativa de carências sem debater as questões<br />

reais que lhes deram origem, o que seria uma mistificação. Reduzir a avaliação ao debate<br />

da distribuição de recursos é uma fraude que permitirá às instituições que já têm recursos<br />

e pessoal altamente qualifica<strong>do</strong> ampliarem a diferença em relação àquelas que não os<br />

possuem. Por fim, reduzir a avaliação da universidade a um exame de final de curso é<br />

uma farsa. O ANDES-SN vem, ao longo <strong>do</strong>s anos, apresentan<strong>do</strong> sua proposta de<br />

processo de avaliação institucional, que ainda carece de maior empenho <strong>para</strong> sua<br />

implementação.<br />

A comunidade universitária tem demonstra<strong>do</strong> dinamismo próprio na defesa da<br />

instituição, no incremento de mudanças necessárias na estrutura da universidade<br />

brasileira, seja na prática cotidiana, seja na elaboração de propostas concretas que<br />

possam levá-la, como instituição social de interesse público, a desenvolver o seu papel na<br />

sociedade brasileira. Assim, há que se registrar que, <strong>para</strong> além da denúncia, os <strong>do</strong>centes,<br />

a partir de complexas discussões, vêm construin<strong>do</strong> uma proposta <strong>do</strong> ANDES-SN <strong>para</strong> a<br />

universidade brasileira, desde 1982.<br />

O autoritarismo, que marcou profundamente toda a sociedade brasileira e cada<br />

uma das instituições da sociedade civil, produziu graves distorções na natureza própria da<br />

universidade. O Ato Institucional nº 5 - Al-5, o Decreto nº 477, as assessorias de<br />

segurança e informação nas IES afastaram compulsoriamente inúmeros <strong>do</strong>centes,<br />

funcionários e discentes, comprometen<strong>do</strong> decisivamente a qualidade <strong>do</strong> “fazer”<br />

acadêmico. Mesmo consideran<strong>do</strong> a resistência da comunidade universitária (professores,<br />

funcionários e discentes organiza<strong>do</strong>s em suas entidades de classe) na defesa da<br />

instituição e na luta contra a ditadura, esse processo contou com a conivência de<br />

segmentos internos, geran<strong>do</strong> uma estrutura que permitiu a continuidade <strong>do</strong> autoritarismo<br />

no interior das instituições.<br />

Sob a alegação de entraves burocráticos e trâmites formais, a lei de anistia, muitas<br />

vezes, não foi plenamente cumprida, não asseguran<strong>do</strong> o retorno à universidade de alguns<br />

<strong>do</strong>s professores atingi<strong>do</strong>s pelo Al-5.<br />

O autoritarismo afetou, de formas variadas, a vida universitária, enraizan<strong>do</strong>-se<br />

profundamente em seu cotidiano. Estruturas de poder excludentes, ainda hoje, cerceiam<br />

significativamente a participação da comunidade na esfera das decisões acadêmicas e<br />

administrativas, atenden<strong>do</strong> a propósitos clientelistas ou aos que correspondem a<br />

interesses privatizantes.<br />

A universidade, por ser uma instituição social de interesse público e de caráter<br />

estratégico no atendimento às demandas da sociedade, exige que todas as decisões<br />

estejam submetidas ao controle público, sob critérios democráticos e transparentes.<br />

Nas IES federais, a indicação <strong>do</strong> reitor e de diretores das unidades universitárias<br />

pelo poder executivo, e o processo da formação de listas são a continuidade <strong>do</strong> uso de<br />

instrumentos autoritários e uma clara violação da autonomia universitária, impedin<strong>do</strong> que<br />

o processo de democratização nessas instituições avance.<br />

Os processos de reformulação <strong>do</strong>s estatutos, desencadea<strong>do</strong>s pelo Movimento<br />

Docente em significativo número nas IFES, por meio de assembléias estatuintes,<br />

acabaram fracassan<strong>do</strong>, em sua maioria, devi<strong>do</strong> a problemas como: a) dificuldades de os<br />

estatuintes acumularem tarefas da assembléia com o trabalho profissional; b)<br />

esvaziamento da assembléia pelos dirigentes universitários; c) excesso de normas legais<br />

a que as IFES são submetidas, entre outros. Disso resultou que as IFES continuam com

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