Proposta do Andes para a Universidade Brasileira - ADUR-RJ
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A educação profissional não pode estar se<strong>para</strong>da da educação básica. Ao<br />
contrário, a educação básica deve se estruturar em consonância com o avanço <strong>do</strong><br />
conhecimento científico e tecnológico, fazen<strong>do</strong> da cultura técnica um componente da<br />
formação geral, definitivamente articulada com a produção de trabalho e renda. Não se<br />
pode adiar a construção de uma política educacional que possibilite uma formação<br />
integral, humanística e científica, construtora de sujeitos autônomos, críticos, criativos<br />
e protagonistas <strong>do</strong> processo histórico de que fazem parte.<br />
Assim, é necessário superar a nomenclatura “nível básico, técnico e<br />
tecnológico”, pois essa configuração não tem senti<strong>do</strong> em um sistema educacional que<br />
entende a formação profissional fundamentada no conceito de educação tecnológica, a<br />
qual se inicia com a educação básica e se consolida com o ensino superior.<br />
A política de educação básica, como parte <strong>do</strong> sistema nacional de educação,<br />
deve estar articulada política e institucionalmente com o ensino superior, como fator<br />
necessário <strong>para</strong> o rompimento com a condição histórica de subalternidade e de<br />
dependência científica, tecnológica e cultural <strong>do</strong> país. As universidades públicas e os<br />
institutos de pesquisa devem ser integra<strong>do</strong>s ao processo de desenvolvimento nacional,<br />
consideran<strong>do</strong> sua importância na recuperação da capacidade de produção de<br />
tecnologia e seu papel de instância crítica perante a sociedade.<br />
Nessa concepção, em que a educação profissional não está apartada <strong>do</strong> sistema<br />
de ensino, a educação básica deve ter como objetivo a formação integral <strong>do</strong> cidadão. Isso<br />
significa que deve discutir também o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho em seu caráter unitário.<br />
Um projeto de construção de uma nova hegemonia social fundamenta-se no<br />
trabalho como princípio educativo, na escola unitária e na formação politécnica. Na<br />
concepção de politecnia e de escola unitária, a educação é compreendida como prática<br />
histórico-social centrada na relação entre a vida <strong>do</strong> indivíduo e a história <strong>do</strong> gênero<br />
humano. Sob essa ótica, identifica-se a atividade educacional orientada <strong>para</strong> o<br />
desenvolvimento das subjetividades mediante a relação entre objetivação e apropriação<br />
visan<strong>do</strong> a humanizar o trabalho <strong>para</strong> superar a alienação. A escola unitária propõe-se a<br />
ser a síntese e a universalidade concretas, ou seja, ela seria o resulta<strong>do</strong> da luta social<br />
contra a prevalência, na sociedade e nas relações educativas, da divisão social <strong>do</strong><br />
trabalho, <strong>do</strong> individualismo, <strong>do</strong> localismo, <strong>do</strong> regionalismo, <strong>do</strong> nacionalismo chauvinista,<br />
<strong>do</strong> racismo e <strong>do</strong> sexismo. Tais tendências limitariam as perspectivas <strong>do</strong> desenvolvimento<br />
humano. Esse desenvolvimento encontraria, na concepção da politecnica, seu senti<strong>do</strong><br />
omnilateral, ao considerar o ser humano como uma totalidade histórica e concreta, como<br />
unidade na diversidade física, psíquica e cultural.<br />
3 Pressupostos<br />
A proposta <strong>para</strong> a educação técnica e tecnológica, formulada à luz dessa<br />
concepção, tem como principal elemento diferencia<strong>do</strong>r o significa<strong>do</strong> que se dá ao<br />
processo educacional e ao <strong>do</strong> conhecimento. Enquanto, na perspectiva liberal, educação<br />
e conhecimento assumem papéis de simples fatores de produção, na da educação<br />
unitária e politécnica, adquirem um vínculo necessário com as relações sociais,<br />
assumin<strong>do</strong>, associa<strong>do</strong>s à perspectiva científico-tecnológica, uma dimensão ético-política.<br />
As diretrizes <strong>para</strong> a formulação da proposta político-pedagógica <strong>para</strong> a educação<br />
técnica e tecnológica devem fundamentar-se nos seguintes pressupostos: o sistema<br />
nacional de educação deve considerar o trabalho como princípio educativo, a escola<br />
unitária como diretriz organizativa e estrutural e a formação politécnica como práxis<br />
pedagógica. Integrada a esse sistema, a educação técnica e tecnológica deve ser