Proposta do Andes para a Universidade Brasileira - ADUR-RJ
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Iniciava-se, assim, uma discussão nacional que, em face das diferentes<br />
conjunturas, vem sen<strong>do</strong> desenvolvida, em ritmo e intensidade variáveis, no interior <strong>do</strong><br />
movimento. Essa discussão evoluiu, sobretu<strong>do</strong> nos seminários nacionais sobre “Trabalho<br />
Intelectual e Avaliação Acadêmica” (Curitiba/PR, 1986, Rio de Janeiro/<strong>RJ</strong>, 1987)” e<br />
“Avaliação e Autonomia”(Londrina/PR. 1990), realiza<strong>do</strong>s pela ANDES.<br />
O aprofundamento das discussões permitiu que, em razão das diferentes<br />
conjunturas, se demarcassem as diferenças fundamentais entre a concepção <strong>do</strong><br />
Movimento Docente e a <strong>do</strong> governo: enquanto as propostas de avaliação de sucessivos<br />
governos têm-se caracteriza<strong>do</strong> pela lógica empresarial, visan<strong>do</strong> à rentabilidade imediata<br />
<strong>do</strong> investimento em educação e salientan<strong>do</strong> a quantificação, o Movimento Docente vem<br />
construin<strong>do</strong> uma concepção de avaliação que tem como foco a qualidade <strong>do</strong> trabalho<br />
universitário, visan<strong>do</strong> ao estabelecimento de um padrão unitário de qualidade <strong>para</strong> o<br />
ensino, a pesquisa e a extensão que deve ser cultural e cientificamente significativo e<br />
socialmente comprometi<strong>do</strong> com a maioria da população.<br />
Para o Movimento Docente, a universidade deve ser um espaço privilegia<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
pensamento, <strong>do</strong> debate e da crítica, objetivan<strong>do</strong> a elevação cultural e científica, mediante<br />
uma produção que seja realizada coletiva e publicamente, <strong>para</strong> o que é necessário<br />
assegurar recursos humanos, materiais e financeiros.<br />
A partir dessa concepção, as propostas sobre avaliação que vêm sen<strong>do</strong><br />
formuladas em CONAD e Congressos Nacionais buscam resgatar a universidade como<br />
espaço público produtor e divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> saber, entenden<strong>do</strong>-a como um <strong>do</strong>s instrumentos<br />
de construção da educação pública, gratuita, laica, democrática e de qualidade e<br />
socialmente comprometida com a maioria da população.<br />
A promulgação da nova Constituição Federal, em 1988, propiciou um momento<br />
importante <strong>para</strong> a consolidação de propostas de avaliação interna e externa das<br />
instituições de ensino superior: a elaboração pelo ANDES-SN de um projeto de Lei de<br />
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Esse projeto veio sen<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong> e<br />
aperfeiçoa<strong>do</strong> nas instâncias deliberativas máximas <strong>do</strong> Sindicato (CONAD e Congressos).<br />
A versão atual tem a aprovação <strong>do</strong> X Congresso <strong>do</strong> ANDES-SN (Curitiba/PR, fev.-1991) e<br />
expressa, em detalhes, as atuais propostas de avaliação institucional <strong>do</strong> Movimento<br />
Docente.<br />
8.2 Avaliação Institucional e o Embate de Projetos<br />
na Educação Superior<br />
A avaliação não se dá em abstrato. Ela se estabelece em relação a um modelo<br />
toma<strong>do</strong> como padrão de referência.<br />
O processo avaliativo conduz à institucionalização <strong>do</strong> padrão de desempenho<br />
compatível com o padrão de instituição almeja<strong>do</strong>. Assim, a avaliação da universidade<br />
transforma-se em mecanismo de implantação ou fortalecimento de um da<strong>do</strong> projeto de<br />
IES ou de política educacional.<br />
A política <strong>para</strong> o ensino superior que foi a<strong>do</strong>tada no Brasil, especialmente pelos<br />
governos de Fernan<strong>do</strong> Henrique Car<strong>do</strong>so, claramente se apóia em uma concepção<br />
privatista e, nos últimos tempos, escancaradamente neoliberal. A avaliação de caráter<br />
produtivista tende a ser um <strong>do</strong>s principais instrumentos <strong>para</strong> a implantação <strong>do</strong> modelo<br />
concebi<strong>do</strong> nesses moldes.