haccp - Inocuidade de Alimentos
haccp - Inocuidade de Alimentos
haccp - Inocuidade de Alimentos
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Graças a esta característica, são <strong>de</strong>scritos como V. cholerae O1 (o grupo que causa a cólera) e V.<br />
cholerae não O1 (as outras cepas).<br />
Vibrio cholerae sorogrupo O1<br />
Vibrio cholerae sorogrupo O1 apresenta dois biótipos (clássico e El Tor) e é responsável pela cólera<br />
asiática ou epidêmica. Os estudos ambientais <strong>de</strong>monstraram que cepas <strong>de</strong>ste organismo po<strong>de</strong>m ser<br />
encontradas em estuários marítimos e áreas costeiras nos EUA. Em 1991, um surto <strong>de</strong> cólera no Peru<br />
tornou-se rapidamente epidêmico, e alastrou-se a outros países da América do Sul e Central, e também<br />
ao México. Cerca <strong>de</strong> 340.000 casos e 3.600 mortes foram registradoss no hemisfério oci<strong>de</strong>ntal a partir<br />
<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1991. O aparecimento da cólera em muitas cida<strong>de</strong>s da costa peruana representa a primeira<br />
epi<strong>de</strong>mia i<strong>de</strong>ntificada na América do Sul, no século XX. Durante o século XIX, a cólera epidêmica<br />
afetou as Américas em várias ondas pandêmicas. A pan<strong>de</strong>mia da cólera, que começou no su<strong>de</strong>ste<br />
asiático, em 1961, afetou muitas áreas da Ásia, do Oriente Médio, da Europa, da Oceania e da África,<br />
mas aparentemente não atingiu o continente americano.<br />
Os sintomas da cólera asiática po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> diarréia leve e aquosa a aguda, com fezes similares à<br />
água <strong>de</strong> arroz. Estudos sobre ingestão com voluntários sadios <strong>de</strong>monstraram que é necessário ingerir<br />
cerca <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> organismos para causar a doença. O consumo <strong>de</strong> antiácidos diminui<br />
significativamente a dose infectante. A doença tem geralmente início repentino, com período <strong>de</strong><br />
incubação variando <strong>de</strong> seis horas a cinco dias. Causa cólicas abdominais, náusea, vômito, <strong>de</strong>sidratação<br />
e choque. A morte po<strong>de</strong> acontecer após a perda severa <strong>de</strong> fluidos e eletrólitos.<br />
A cólera está associada à água e dissemina-se pela falta <strong>de</strong> saneamento básico, po<strong>de</strong>ndo resultar na<br />
contaminação da água <strong>de</strong> abastecimento. Os casos esporádicos acontecem quando o pescado capturado<br />
em águas contaminadas por matéria fecal e/ou verduras irrigadas com água contaminada são<br />
consumidos crus. O pescado originado em águas não poluídas também po<strong>de</strong> transmitir cólera, já que<br />
V. cholerae O1 po<strong>de</strong> fazer parte da microbiota autóctone <strong>de</strong>ssas águas.<br />
Os indivíduos com o sistema imunológico <strong>de</strong>primido ou não <strong>de</strong>senvolvido, com aci<strong>de</strong>z gástrica<br />
reduzida, ou <strong>de</strong>snutridos, são mais susceptíveis à doença. Os alimentos associados são água, pescado<br />
cru, frutas e vegetais crus, e outros alimentos contaminados. Os parâmetros que controlam o<br />
crescimento <strong>de</strong> V. cholerae são apresentados na Tabela 10.<br />
Vibrio cholerae sorogrupo não-O1<br />
Esta bactéria afeta somente o homem e outros primatas, causando uma doença menos grave que a cólera,<br />
e seus surtos não são pandêmicos como aqueles provocados pelas cepas O1. As cepas patogênicas e<br />
não patogênicas são habitantes normais <strong>de</strong> ambientes marinhos e <strong>de</strong> estuários em todo o mundo.