27.01.2015 Views

Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável

Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável

Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

167<br />

Existe, portanto, uma necessidade de manter os atuais programas e ainda<br />

aumentar consideravelmente o número de pesquisadores nesta área. Grande<br />

parte do treinamento necessário pode ser realizada no Brasil, sem a necessidade<br />

de enviar pós-graduandos para o exterior, exceto no caso de algumas famílias,<br />

para as quais realmente não existem especialistas ou pessoas capazes de<br />

orientar teses sobre estes grupos, ou para as quais seria altamente desejável<br />

que alunos brasileiros fossem treinados por especialistas estrangeiros. Para<br />

quase todos os grupos, porém, visitas curtas ao exterior para consultar coleções<br />

de tipos são essenciais, dada a dificuldade de empréstimos de material-tipo e a<br />

demora no transporte deste material (veja comentários na seção “Coleções e<br />

infra-estrutura taxonômica”). Devem ser estimulados projetos “sanduíche”, que<br />

permitem passar pelo menos alguns meses no exterior, no caso de doutorados<br />

que pretendem fazer revisões taxonômicas.<br />

A distribuição de taxonomistas por família não foi completamente levantada<br />

aqui, mas é claro que é essencial manter um forte conjunto de pesquisadores<br />

nas famílias consideradas “estratégicas”. O número de pesquisadores em todas<br />

estas famílias, provavelmente, ainda é insuficiente, mas em alguns casos, estão<br />

claramente abaixo do desejável.Por exemplo, em Poaceae, Arecaceae,<br />

Solanaceae, Asteraceae, Euphorbiaceae e Myrtaceae, todas de grande<br />

importância econômica ou ecológica e com alta diversidade de espécies no<br />

país.<br />

Com relação aos aspectos mais amplos de biodiversidade, falta muita<br />

integração entre taxonomistas, ecólogos e geneticistas. É gritante a disparidade<br />

entre a diversidade existente e o nível de conhecimento de citologia e variabilidade<br />

genética em populações (ver Capítulo sobre Diversidade Genética, neste volume).<br />

O total de espécies lenhosas neotropicais investigadas utilizando isoenzimas ou<br />

outros marcadores genéticos não passa de 120 espécies. Dados citológicos<br />

são bem mais abundantes, mas ainda representam uma proporção baixíssima<br />

do total de espécies nativas. Dados sobre biologia reprodutiva e dinâmica de<br />

populações são extremamente escassos e necessitam de um programa<br />

concentrado de investigações, pelo menos para as espécies mais abundantes e<br />

dominantes nos diferentes ecossistemas presentes no país.<br />

Perspectivas e necessidades<br />

Além da evidente necessidade de estudos taxonômicos em si, é claro que<br />

ainda existe uma grande necessidade de aumentar e melhorar as coletas de<br />

angiospermas. O número de exsicatas existentes nos herbários não é suficiente<br />

para fornecer uma boa representação da flora e sofre de uma forte concentração<br />

de coletas em algumas regiões, deixando enormes áreas ainda praticamente<br />

desconhecidas, especialmente na Amazônia. As coleções mais antigas estão<br />

quase inteiramente em herbários no exterior (principalmente, na Europa e<br />

Estados Unidos). A melhoria das coleções é essencial, não só para taxonomia,<br />

mas também para melhorar nosso conhecimento da biogeografia e ecologia<br />

das espécies deste grupo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!