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Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável

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93<br />

Vertebrados<br />

Brasileiros começaram a destacar-se no estudo da diversidade de<br />

vertebrados a partir do início do século 20. O trabalho destes pioneiros marcou<br />

os primeiros passos da comunidade científica nacional com objetivo de conhecer<br />

a diversidade biológica de nosso país. Entretanto, o grande impulso foi dado a<br />

partir da década de 1950. O surgimento de agências de fomento, essencialmente<br />

o CNPq, CAPES e FAPESP, impulsionou esta fase inicial, quando vários estudantes<br />

foram iniciados na taxonomia de vertebrados por especialistas brasileiros e<br />

estrangeiros aqui instalados.<br />

Universidades e institutos de pesquisa também destinaram esforços<br />

apreciáveis para a formação de grupos de pesquisa taxonômica. Como resultado<br />

desse empenho, surgiram grupos de pesquisadores especialistas em diversidade<br />

biológica e aumentou a produção de levantamentos regionais sobre vertebrados,<br />

com destaque para os estudos realizados pelo Museu Nacional e pelo, então,<br />

Museu Paulista (hoje, Museu de Zoologia da USP). Esta pode ser uma das<br />

razões históricas para que o Sul e Sudeste tenham produzido um maior número<br />

de inventários biológicos, tornando os vertebrados dessas regiões mais<br />

conhecidos do que em outras áreas do país. Outro fato marcante no<br />

desenvolvimento dos estudos da fauna de vertebrados em nosso país foi a<br />

criação dos cursos de pós-graduação, instalados em maior número no Sul e<br />

Sudeste do Brasil. Parte dos esforços destes cursos foram dirigidos à zoologia<br />

e resultaram em uma grande quantidade de dissertações e teses sobre<br />

vertebrados.<br />

Apesar do grande desenvolvimento das últimas décadas, o Brasil ainda se<br />

ressente da falta de informações mais completas sobre sua biodiversidade,<br />

inclusive dos vertebrados, grupo comparativamente tido com melhor conhecido.<br />

Ainda não conhecemos o suficiente para lidarmos apropriadamente com uma<br />

grande parcela dos vertebrados de nosso país e não seria exagero afirmar que<br />

ainda há muito por fazer (vários informadores, questionário do projeto).<br />

O número de taxonomistas brasileiros atualmente em atividade é, no<br />

mínimo, insuficiente para suprir as grandes lacunas de conhecimento e inventariar<br />

adequadamente a diversidade dos vertebrados no país (Tabela 19). A necessidade<br />

da formação de novos taxonomistas, em curto intervalo de tempo, foi destacada<br />

como prioridade por vários informadores do projeto. Ainda que parcialmente, a<br />

carência de profissionais poderia ser suprida, uma vez que existem pesquisadores<br />

não absorvidos por instituições em praticamente todos os grandes grupos,<br />

exceto para peixes cartilaginosos (Tabela 19).<br />

Também de acordo com os pesquisadores consultados, a qualidade e<br />

quantidade de taxonomistas e instituições que o Brasil tem hoje permitem<br />

manter pesquisa autônoma e formar novos especialistas para todas as classes<br />

de vertebrados. Algumas carências setoriais, contudo, como poucos orientadores<br />

disponíveis para a área de aves, foram ressaltadas (Renato Gaban-Lima,<br />

comunicação pessoal). Por outro lado, é necessário destacar que o<br />

conhecimento da diversidade dos certos grupos de vertebrados depende de<br />

coleções estrangeiras. Um forte indicador dessa dependência é que um terço<br />

das publicações de taxonomia de vertebrados brasileiros, recentemente<br />

publicadas, têm o endereço institucional de outros países (Tabela 24).<br />

Apesar da grande carência de taxonomistas de vertebrados no Brasil, as<br />

coleções e bibliotecas apresentam um panorama mais satisfatório: pelo menos<br />

em parte, são suficientes para o estudo da diversidade de vertebrados do país<br />

(opinião dos especialistas consultados; Tabela 19).

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