Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável
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Vertebrados<br />
Brasileiros começaram a destacar-se no estudo da diversidade de<br />
vertebrados a partir do início do século 20. O trabalho destes pioneiros marcou<br />
os primeiros passos da comunidade científica nacional com objetivo de conhecer<br />
a diversidade biológica de nosso país. Entretanto, o grande impulso foi dado a<br />
partir da década de 1950. O surgimento de agências de fomento, essencialmente<br />
o CNPq, CAPES e FAPESP, impulsionou esta fase inicial, quando vários estudantes<br />
foram iniciados na taxonomia de vertebrados por especialistas brasileiros e<br />
estrangeiros aqui instalados.<br />
Universidades e institutos de pesquisa também destinaram esforços<br />
apreciáveis para a formação de grupos de pesquisa taxonômica. Como resultado<br />
desse empenho, surgiram grupos de pesquisadores especialistas em diversidade<br />
biológica e aumentou a produção de levantamentos regionais sobre vertebrados,<br />
com destaque para os estudos realizados pelo Museu Nacional e pelo, então,<br />
Museu Paulista (hoje, Museu de Zoologia da USP). Esta pode ser uma das<br />
razões históricas para que o Sul e Sudeste tenham produzido um maior número<br />
de inventários biológicos, tornando os vertebrados dessas regiões mais<br />
conhecidos do que em outras áreas do país. Outro fato marcante no<br />
desenvolvimento dos estudos da fauna de vertebrados em nosso país foi a<br />
criação dos cursos de pós-graduação, instalados em maior número no Sul e<br />
Sudeste do Brasil. Parte dos esforços destes cursos foram dirigidos à zoologia<br />
e resultaram em uma grande quantidade de dissertações e teses sobre<br />
vertebrados.<br />
Apesar do grande desenvolvimento das últimas décadas, o Brasil ainda se<br />
ressente da falta de informações mais completas sobre sua biodiversidade,<br />
inclusive dos vertebrados, grupo comparativamente tido com melhor conhecido.<br />
Ainda não conhecemos o suficiente para lidarmos apropriadamente com uma<br />
grande parcela dos vertebrados de nosso país e não seria exagero afirmar que<br />
ainda há muito por fazer (vários informadores, questionário do projeto).<br />
O número de taxonomistas brasileiros atualmente em atividade é, no<br />
mínimo, insuficiente para suprir as grandes lacunas de conhecimento e inventariar<br />
adequadamente a diversidade dos vertebrados no país (Tabela 19). A necessidade<br />
da formação de novos taxonomistas, em curto intervalo de tempo, foi destacada<br />
como prioridade por vários informadores do projeto. Ainda que parcialmente, a<br />
carência de profissionais poderia ser suprida, uma vez que existem pesquisadores<br />
não absorvidos por instituições em praticamente todos os grandes grupos,<br />
exceto para peixes cartilaginosos (Tabela 19).<br />
Também de acordo com os pesquisadores consultados, a qualidade e<br />
quantidade de taxonomistas e instituições que o Brasil tem hoje permitem<br />
manter pesquisa autônoma e formar novos especialistas para todas as classes<br />
de vertebrados. Algumas carências setoriais, contudo, como poucos orientadores<br />
disponíveis para a área de aves, foram ressaltadas (Renato Gaban-Lima,<br />
comunicação pessoal). Por outro lado, é necessário destacar que o<br />
conhecimento da diversidade dos certos grupos de vertebrados depende de<br />
coleções estrangeiras. Um forte indicador dessa dependência é que um terço<br />
das publicações de taxonomia de vertebrados brasileiros, recentemente<br />
publicadas, têm o endereço institucional de outros países (Tabela 24).<br />
Apesar da grande carência de taxonomistas de vertebrados no Brasil, as<br />
coleções e bibliotecas apresentam um panorama mais satisfatório: pelo menos<br />
em parte, são suficientes para o estudo da diversidade de vertebrados do país<br />
(opinião dos especialistas consultados; Tabela 19).