Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável
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Importância econômica e ecológica<br />
Por serem relativamente bem conhecidas, especializadas por habitats e<br />
sensíveis a alterações dos biótopos preferidos, as aves são muito utilizadas<br />
como indicadores biológicos (Silva, 1998). Por exemplo, espécies típicas de<br />
florestas são sensíveis ao desmatamento e apresentam declínios populacionais<br />
ou mesmo extinções locais após alterações do habitat (Willis & Oniki, 1992;<br />
Silva, 1998). O maior conhecimento da biologia e ecologia deste grupo pode<br />
subsidiar programas de manejo e conservação de ecossistemas (Silva, 1998).<br />
Muitas espécies atuam como polinizadoras e dispersoras de sementes, mas a<br />
vasta maioria é insetívora (Mario Cohn-Haft, comunicação pessoal).<br />
A coloração vistosa e a sonoridade do canto de algumas espécies de aves<br />
chamam atenção dos humanos e muitas delas são usadas como animais de<br />
estimação, o que as torna vítimas do tráfico de animais silvestres. Algumas<br />
espécies de aves são domesticadas e contribuem para o suprimento da<br />
alimentação humana. A caça predatória ou de subsistência, mesmo ilegal,<br />
continuam a ser praticada em muitas regiões do país (questionário do projeto).<br />
O turismo ornitológico, centrado na observação de aves, é um “hobby”<br />
muito difundido na América do Norte e Europa, contando com aproximadamente<br />
80 milhões de praticantes no mundo, mas apenas recentemente está se<br />
desenvolvendo no Brasil (Mario Cohn-Haft, comunicação pessoal).<br />
Conhecimento da diversidade<br />
Trata-se de um dos grupos de vertebrados mais conspícuos e estudados.<br />
Por serem muito evidentes, acredita-se que, comparativamente, existam menos<br />
espécies por serem descritas. Alterações da riqueza do grupo se devem mais a<br />
revisões taxonômicas. Mesmo assim, pelo menos 14 espécies de aves foram<br />
descritas no Brasil na década de 1990 (Mario Cohn-Haft, comunicação pessoal).<br />
Algumas delas, como o “macuquinho” (Scytalopus iraiensis) e o “acrobata”<br />
(Acrobatornis fonsecai; neste caso, um gênero novo), inclusive foram<br />
descobertas em regiões populosas e supostamente bem exploradas como<br />
Curitiba e Ilhéus, respectivamente.<br />
O conhecimento taxonômico da fauna de aves do Brasil é bom, com<br />
famílias, gêneros e mesmo espécies bem estabelecidas, e a identificação é<br />
possível com literatura específica (L.P. Gonzaga, questionário do projeto).<br />
Contudo, ainda faltam bons guias para o público leigo, carência destacada por<br />
vários pesquisadores ao longo do estudo.<br />
O emprego e refinamento de novas técnicas, como análise bioacústica e<br />
genética molecular, estão revelando uma diversidade antes subestimada:<br />
populações crípticas e subespécies estão sendo elevadas à categoria de espécies.<br />
Espera-se, assim, que estas atividades de revisão e descoberta aumentem<br />
consideravelmente a riqueza de espécies conhecidas nos próximos anos (Mario<br />
Cohn-Haft, comunicação pessoal). Apesar de a diversidade de aves ter sido<br />
avaliada como quase que completamente inventariada em meados do século<br />
passado, nos trópicos e especialmente na América do Sul, o número de<br />
descrições de espécies continua em uma taxa constante, ou até crescente nos<br />
últimos anos (Mario Cohn-Haft, comunicação pessoal).<br />
O Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico (CBRO) produz e atualiza<br />
periodicamente três listas de aves do Brasil: principal, secundária e terciária. Na<br />
lista principal, estão incluídas exclusivamente as espécies para as quais existe<br />
alguma evidência material disponível de ocorrência, tais como pele, fotografia,<br />
gravação ou filmagem. A lista secundária é constituída de espécies prováveis,