Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável
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195<br />
Genética<br />
Louis Bernard Klaczko 1<br />
Roberto Donizete Vieira 1<br />
INTRODUÇÃO<br />
Toda a diversidade dos seres vivos baseia-se em última instância na<br />
diversidade genética que está codificada nos genes, segmentos de moléculas<br />
de DNA. Em eucariotos (organismos com células verdadeiras) estas moléculas<br />
são encontradas no núcleo – associadas a proteínas em estruturas chamadas<br />
cromossomos – e em determinadas organelas. Nos animais as organelas com<br />
DNA são as mitocôndrias, e nas plantas são as mitocôndrias e os cloroplastos.<br />
A Genética como disciplina estuda a transmissão, as alterações e a<br />
expressão dos genes, determinando as características fenotípicas. Ela, também,<br />
investiga a diversidade genética encontrada nas populações e nas espécies, e<br />
seu destino ao longo do tempo, isto é, sua evolução. É interessante notar que<br />
desde o início do século, pouco tempo depois da redescoberta das Leis de<br />
Mendel, a Genética já estava preocupada com a origem e manutenção da<br />
diversidade (Chetverikov, 1926; Fisher, 1930; Haldane, 1932; Wright, 1931,<br />
1932).<br />
A Genética pode ser dividida didaticamente em cinco subdisciplinas ou áreas,<br />
de acordo com as abordagens usadas e com o material investigado. A<br />
Citogenética focaliza os cromossomos e sua morfologia. A Genética Molecular<br />
(ou Biologia Molecular) analisa diretamente o DNA. A Genética Bioquímica estuda<br />
as variações protéicas, sobretudo de enzimas (isozimas). A Genética Quantitativa<br />
e a de Populações pesquisam as características de distribuição contínua (como,<br />
por exemplo, a altura) e as variações descontínuas (como, por exemplo, os<br />
diferentes padrões de coloração encontrados em espécies de mariposas, no<br />
melanismo industrial).<br />
É importante notar que é necessária a existência de variabilidade para que<br />
seja possível utilizar as técnicas tradicionais da Genética – mendeliana e<br />
quantitativa – (Lewontin, 1974). Esta variabilidade pode ter origem natural<br />
(vinda de alguma população) ou ter sido induzida por algum mutagênico. Sem<br />
variantes genéticos não há como determinar o padrão de herança para qualquer<br />
caráter. Apenas por meio de técnicas e métodos citológicos (Citogenética),<br />
bioquímicos (isozimas) e moleculares que o estudo de caracteres invariantes é<br />
possível.<br />
Ainda que o conhecimento da diversidade genética seja importante, ele<br />
não é necessariamente o objetivo primário do trabalho do geneticista.<br />
Freqüentemente ele deseja estudar a adaptação de determinada população ao<br />
1<br />
Departamento de Genética e Evolução, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas –<br />
UNICAMP.