Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável
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(Pantanal mato-grossense). Dentre estas, 66 espécies foram novas descrições,<br />
provavelmente endêmicas para o Brasil, ou pelo menos para a região neotropical.<br />
As famílias Lecanidae e Brachionidae são as mais diversificadas nos trópicos<br />
(Segers, 1995). No Brasil, ocorrem 112 espécies de Lecanidae e 42 espécies de<br />
Brachionidae. Espera-se que o número de espécies possa ainda duplicar, quando<br />
um inventário mais completo da região Amazônica e levantamentos nas regiões<br />
Nordeste e Centro-oeste forem realizados com maior cobertura geográfica.<br />
Arthropoda: Classe Crustacea<br />
Em águas doces os artrópodes são representados por um grupo variado<br />
de organismos, compreendendo crustáceos, diversos grupos de insetos e ácaros.<br />
A Classe Crustacea foi muito bem sucedida na colonização das águas<br />
doces, apresentando uma ampla diversidade ecológica, compreendendo<br />
predadores livre-natantes, herbívoros, necrófagos, até parasitas internos. Os<br />
microcrustáceos são representados por três grupos principais de Entomostraca:<br />
Branchiopoda, Copepoda e Ostracoda. Dentre os Branchiopoda, os Cladocera<br />
são mais freqüentes e abundantes em águas doces. Os Anostraca e Notostraca<br />
são de ocorrência limitada. Os crustáceos Malacostraca são principalmente<br />
representados pelos Amphipoda Hyallelidae, e pelos Decapoda (principalmente<br />
Trichodactylidae, Aeglidae e Palaemonidae). Os Syncarida são de rara ocorrência.<br />
Branchiopoda<br />
Cladocera<br />
Os Cladocera são um grupo de grande representatividade nas águas doces<br />
de todo o mundo e também nas águas continentais brasileiras. Em trabalho<br />
recente, Rocha & Guntzel (1999) apontam a ocorrência de 112 espécies no<br />
Brasil, distribuídas em sete famílias, principalmente Daphnidae, Chydoridae, e<br />
Macrothricidae. As últimas duas famílias compreendem espécies com maior<br />
ocorrência na região litoral dos lagos, associados às macrófitas aquáticas,<br />
enquanto as espécies pertencentes às cinco outras famílias são típicas de<br />
ambientes limnéticos, isto é da região central ou de águas abertas de ambientes<br />
lênticos (lagos, lagoas e represas). Certamente a diversidade deste grupo está<br />
subestimada e, nos próximos anos, com os estudos de biodiversidade ora<br />
iniciados, este número aumentará consideravelmente.<br />
A família Daphnidae é uma das mais diversificadas nas regiões temperadas,<br />
mas é representada por um menor número de espécies nas regiões tropicais<br />
(Fernando et al., 1987, Dumont, 1994b). No Brasil apenas três espécies de<br />
Daphnia foram registradas até o momento. Contudo, as famílias Chydoridae e<br />
Macrothricidae são muito diversificadas nos trópicos e especialmente no Brasil,<br />
onde predominam os corpos de água rasos, com grande desenvolvimento de<br />
margem, habitats propícios para as espécies destas famílias. O grau de<br />
endemismo dentre os Cladocera é grande e aumentará quando o grupo for<br />
seriamente estudado do ponto de vista taxonômico.<br />
Rocha et al. (1995) mostraram que, com base em levantamentos restritos<br />
de Cladocera, as bacias hidrográficas do <strong>Amazonas</strong> e do Paraná parecem ter<br />
maior riqueza de espécies, mas isto é decorrência da amostragem, visto que<br />
não se conhece praticamente nada sobre a fauna de Cladocera nas bacias do<br />
Paraguai, do São Francisco ou nas bacias do Leste.<br />
Copepoda<br />
Os Copepoda, juntamente com os Cladocera, são os grupos mais<br />
representativos de microcrustáceos em água doce. Na mais recente revisão