Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável
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Com relação às coleções de peixes ósseos marinhos, merecem destaque<br />
os acervos do MZUSP, que tem a maior cobertura geográfica (principalmente<br />
sul e sudeste do país), e do MNRJ, com material-tipo de relevância. Os acervos<br />
do Museu de História Natural da Unicamp (ZUEC) e da USP-Ribeirão Preto (LIRP)<br />
possuem cobertura geográfica mais restrita, mas são coleções de referência<br />
para diversos grupos (e.g., peixes recifais, no ZUEC) e/ou áreas (e.g., litoral de<br />
São Sebastião, Estado de São Paulo, no LIRP). Ainda merece destaque o acervo<br />
da UFPB, que cobre parte da costa nordeste do Brasil, principalmente dos estados<br />
da Paraíba e Pernambuco.<br />
É notória a falta de uma coleção de peixes de água doce representativa na<br />
região Centro-Oeste do país (Figura 3), que tenha porte compatível com as<br />
ictiofaunas ali encontradas, como as do Pantanal e suas cabeceiras, e de<br />
nascentes de vários rios Amazônicos. Há um pequeno número de coleções na<br />
região Nordeste (Figura 3), também com importantes bacias hidrográficas e<br />
com o maior trecho de costa do país.<br />
Há sistematas de excelente nível no Brasil, embora muito concentrados<br />
no sudeste (Figura 4). Vários deles estão se aposentando e o número de<br />
especialistas no grupo é pequeno em relação aos problemas de classificação e<br />
à riqueza dos peixes ósseos de água doce brasileiros. Combinados, estes fatores<br />
indicam a necessidade de formação de muitos (no mínimo 30, segundo Jansen<br />
Zuanon, questionário do projeto) novos sistematas para os diferentes grupos<br />
de peixes ósseos de água doce. Um taxonomista, tendo base em biologia geral<br />
e sistemática, pode ser formado no Brasil, entre dois e quatro anos (Jansen<br />
Zuanon e Roberto Reis, questionário do projeto). Mesmo após quatro anos de<br />
estudo, em geral os profissionais conhecem bem apenas os grupos com os<br />
quais trabalharam em suas dissertações ou teses. Para peixes marinhos, os<br />
informadores consideram que há sistematas em número suficiente no país (Ivan<br />
Sazima e Rodrigo Leão de Moura, questionário do projeto).<br />
A despeito destas dificuldades, e de lidar com o mais diversificado grupo<br />
de vertebrados, os sistematas brasileiros são extremamente ativos, tanto em<br />
produção de conhecimento, como em sua disponibilização. São eles os<br />
responsáveis por uma das mais importantes iniciativas interinstitucionais para a<br />
catalogação de nossa biodiversidade, o projeto “Conhecimento, Conservação<br />
e Utilização Racional da Diversidade da Fauna de Peixes do Brasil”, financiado<br />
pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelo Ministério da Educação (http://<br />
www.mnrj.ufrj.br/pronex/). Pioneiro na disponibilização da informação pela<br />
internet, este projeto mantém, disponível na rede mundial de computadores, o<br />
catálogo de espécies brasileiras (http:/www.mnrj.ufrj.br/catalogo/), e o Sistema<br />
Brasileiro de Informações sobre Biodiversidade de Peixes, que integra as bases<br />
de dados das principais coleções ictiológicas do Brasil (http://www.mnrj.ufrj.br/<br />
search1p.htm), e destas com outras importantes bases no mundo (projeto<br />
NEODAT, http://www.neodat.org).<br />
N<br />
S<br />
NE<br />
SE<br />
Figura 3. Frações de coleções de Osteichthyes por regiões do Brasil (ver também Tabela<br />
21).