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Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável

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79<br />

Vertebrados<br />

como as do gênero Bothrops, possuem substâncias cujos princípios ativos são<br />

usados na indústria farmacológica (e.g., no combate à hipertensão arterial,<br />

Ferreira et. al., 1970). A carne de tartarugas, jacarés, lagartos teiús (Tupinambis<br />

spp.), e mesmo serpentes como as jibóias (Boa constrictor), são fonte de<br />

alimento tradicionais em várias regiões do Brasil. O extrativismo também se<br />

estende às carapaças e ovos das tartarugas e à pele de jacarés. Várias espécies<br />

de répteis tropicais são apreciadas como animais de estimação, principalmente<br />

na Europa e América do Norte, como iguanas, serpentes, tartarugas e jabotis,<br />

e mesmo jacarés, o que as coloca entre os principais alvos do tráfico ilegal de<br />

animais silvestres.<br />

Os répteis apresentam espécies sensíveis a alterações ambientais,<br />

notadamente à destruição de habitat. É provável que declínios populacionais de<br />

serpentes, como Lystrophis nattereri, Bothrops itapetiningae e B. cotiara no<br />

Estado de São Paulo, estejam relacionados à destruição dos habitats (Marques<br />

et al., 1998). A caça também pode ter contribuído para o declínio de espécies<br />

maiores como os jacarés, especialmente Caiman latirostris (Marques et al.,<br />

1998). Nos últimos anos, a criação de jacaré-do-pantanal vem se consolidando<br />

como uma alternativa à caça naquele bioma. Programas de manejo,<br />

conservação, e educação ambiental têm sido aplicados com sucesso a espécies<br />

de quelônios, notadamente as tartarugas marinhas (e.g., Projeto Tamar). A<br />

Tabela 2 apresenta a importância econômica e ecológica geral do grupo.<br />

Conhecimento da diversidade<br />

As estimativas sobre diversidade de répteis devem ser avaliadas<br />

separadamente para cada ordem (dados de Rodrigues, 2005, SBH, 2005b).<br />

Os representantes da ordem Chelonia constituem um grupo restrito:<br />

considerando as espécies terrestres, aquáticas e marinhas, há 35 espécies no<br />

Brasil que são relativamente bem conhecidas. Entre as sete espécies de tartarugas<br />

marinhas do mundo, cinco ocorrem no Brasil. Os Crocodylia, representados<br />

por seis espécies, também são bem conhecidos e o número de espécies não<br />

deve aumentar (Carlos Yamashita, questionário do projeto; Rodrigues, 2005).<br />

A ordem Squamata, representada pelos lagartos (cerca de 280 espécies no<br />

Brasil, incluindo 57 de anfisbenídeos) e serpentes (cerca de 330 espécies no<br />

Brasil), é a mais numerosa e colonizou praticamente todos os tipos de ambientes<br />

brasileiros. Este é o grupo que se espera tenha ainda muitas espécies por serem<br />

descobertas, principalmente na Amazônia (Richard Vogt, comunicação pessoal).<br />

Esta previsão se baseia no fato de que a Amazônia tem locais ainda pouco<br />

explorados pelos herpetólogos e, mesmo próximo a Manaus, uma das regiões<br />

mais estudadas, recentemente espécies e até gêneros novos de serpentes<br />

foram descritos (Márcio Martins, comunicação pessoal).<br />

Na Amazônia Brasileira, os inventários faunísticos de alguns grupos de<br />

répteis são muito restritos. Estudos sobre o “status” de quelônios (14 espécies)<br />

e jacarés (quatro espécies) são os mais completos, provavelmente porque<br />

estes sejam os grupos que tenham menor número de espécies entre os répteis<br />

da região e, evidentemente, porque despertam maior interesse econômico (MMA,<br />

2002). Os lagartos somam pelo menos 109 espécies na Amazônia, distribuídas<br />

em nove famílias (Ávila-Pires, 1995; Rodrigues, 2005). O maior desconhecimento<br />

sobre répteis amazônicos estaria no grupo das serpentes e, com o estado de<br />

conhecimento atual, não seria seguro definir um número, embora não seja<br />

improvável a marca de 300 espécies (MMA, 2002; Richard Vogt, com. pess.).<br />

A Mata Atlântica reúne cerca de 200 espécies de répteis e, embora grande<br />

parte desta fauna tenha ampla distribuição por outros biomas brasileiros, há<br />

cerca de 30% de espécies endêmicas (Tabela 11). Não há informações seguras<br />

sobre a riqueza de espécies de répteis dos Campos Sulinos: os herpetólogos

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